Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Bruno Boghossian
Descrição de chapéu inflação

Curva longa de inflação dificulta largada de Bolsonaro em 2022

Previsão de alta de preços acelerada até abril vai atrasar recuperação de popularidade

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A escalada da inflação até a casa dos 10% já provocou danos políticos a Jair Bolsonaro, mas o presidente deve ter motivos para se preocupar mais. As projeções para os próximos meses apontam que muita coisa ainda deve ficar mais cara em 2022. O cenário indica que o mau humor provocado pela alta de preços pode transbordar para o período eleitoral.

A pressão sobre produtos e serviços tende a continuar no curto prazo, segundos analistas. Os reajustes dos combustíveis e o preço mais alto da energia elétrica aumentam também o custo dos transportes e da indústria, que deve ser repassado para o consumidor. Com isso, a inflação pode continuar no patamar de dois dígitos até março ou abril.

É uma notícia que vai azedar o clima para Bolsonaro na largada de sua corrida pela reeleição. Uma curva de inflação longa costuma ter um efeito mais intenso sobre a opinião dos eleitores —mesmo depois que os preços param de subir. A seis meses da eleição, haverá pouco tempo para que esse impacto se dissipe.

A percepção de que as coisas andam mal nessa área se consolidou nos últimos meses. Uma pesquisa do Ipespe mostrou que 67% dos brasileiros veem a economia no caminho errado. Num levantamento Genial/Quaest desta semana, quase metade dos entrevistados citaram o desemprego, a inflação ou o crescimento econômico como o principal problema do país atualmente.

Bolsonaro sabe o tamanho desse abacaxi. Nesta quinta-feira (11), o presidente falou da inflação pela manhã, à tarde e à noite. Como de costume, culpou a pandemia e os governadores, com o objetivo de desvincular o governo da alta de preços.

O presidente já sentiu os impactos desse quadro em sua popularidade. O prolongamento da pressão inflacionária pode agravar a situação, manter o fantasma dos preços como tema inevitável da campanha e dar a Bolsonaro uma janela mais curta de recuperação. Se a economia mantiver o governo com índices de aprovação na casa dos 25% até abril, a reeleição ficará mais distante.

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