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Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Descrição de chapéu Datafolha

Bolsonaro só sobrevive se roubar votos que hoje estão com Lula

Em busca de voto não ideológico, campanha do PL precisa tomar 1 milhão de eleitores por semana

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Jair Bolsonaro precisa roubar mais do que um punhado de votos de Lula para ter a chance de um novo mandato. Se a disputa for ao segundo turno, o presidente só vence se conquistar 100% dos indecisos, virar todos os votos nulos e ainda tomar do petista 4 milhões de eleitores. Sem os nulos, a tarefa é mais difícil: Bolsonaro teria que atrair 9 milhões de eleitores que estão com Lula —mais de 1 milhão por semana.

Não há caminho possível para Bolsonaro nesta corrida que não passe pela tomada de pelo menos alguns territórios pintados de vermelho. A missão é particularmente complicada numa eleição marcada por uma cristalização do voto e um alto índice de rejeição ao presidente.

O primeiro fator até deu uma ajuda a Bolsonaro. O apoio firme acima dos 30% bloqueou a ascensão de desafiantes e permitiu que o presidente reivindicasse um monopólio da oposição ao PT. Mas o quadro consolidado do outro lado da disputa atrapalha a migração de votos de que ele precisa para superar Lula.

Montagem de fotos de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) no primeiro debate de candidatos à Presidência em 2022 - Marlene Bergamo/Folhapress

A rejeição é o quesito determinante para travar esse movimento. De acordo com o Datafolha, 52% dos eleitores dizem não votar em Bolsonaro de jeito nenhum. Não por acaso, Lula aparece com 53% na simulação de segundo turno.

A conexão entre esses números mostra que uma fatia considerável do eleitorado não vê Bolsonaro como opção razoável, o que torna muito mais custoso o esforço para roubar votos que estão com Lula.

Em seu primeiro discurso no 7 de Setembro, Bolsonaro disse que era preciso "convencer aqueles que pensam diferente". Mais tarde, pediu que ninguém tente persuadir "um esquerdista". E acrescentou: "Não têm argumentos, são cabeças vazias".

O eleitor que Bolsonaro tenta roubar de Lula realmente não é "um esquerdista". O presidente investe no antipetismo para ampliar a rejeição ao rival e buscar um voto não ideológico, que flutua da esquerda à direita, principalmente ao sabor dos ventos da economia. Ele ainda depende de uma rajada a seu favor.

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