Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Mulheres reduzem alinhamento de ricos e classe média com Bolsonaro

Rejeição ao presidente cai entre homens com renda maior, mas se mantém alta entre eleitoras

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A economia deve repetir nesta eleição um papel tradicional na formação do voto. Até aqui, os brasileiros mais pobres demonstram preferência por Lula, enquanto aqueles de renda média e alta têm se reaproximado de Jair Bolsonaro. Parte desse alinhamento, no entanto, pode ser quebrada por um fator adicional: a rejeição das mulheres ao presidente.

Uma visão negativa sobre Bolsonaro une parte das eleitoras pobres e ricas. Segundo números da última pesquisa do Datafolha, homens e mulheres de baixa renda se comportam de maneira parecida na avaliação do presidente. Mas mulheres de classe média e alta apresentam uma oposição maior a ele do que os homens desses mesmos grupos.

Os índices de rejeição a Bolsonaro são iguais para homens e mulheres que recebem até dois salários mínimos por mês: 56% dizem não votar no presidente de jeito nenhum. Esse patamar se repete entre as eleitoras que recebem mais do que isso, mas não entre os homens. Para eles, a taxa fica na casa dos 41%.

Ainda que a renda costume se sobrepor a outras questões como fator eleitoral determinante, os números sugerem a existência de um viés de gênero que afeta de maneira significativa os números de Bolsonaro.

O comportamento das eleitoras reflete o julgamento que elas fazem do governo. No segmento mais pobre, a avaliação negativa da gestão Bolsonaro aproxima homens e mulheres (na faixa de 45%). Nos grupos de renda média e alta, o índice de impopularidade cai para o patamar dos 33% no caso dos homens, mas se mantém alto entre as mulheres.

Em 2018, as atitudes de Bolsonaro produziram movimentos de mulheres como o #EleNão, com peso insuficiente nas urnas. Agora, as pesquisas indicam um efeito sólido.

Bolsonaro perde de longe para Lula entre os mais pobres, de maneira geral. Nas faixas de renda média e alta, o presidente só consegue vencer no eleitorado masculino. Entre as mulheres, os dois ficam tecnicamente empatados, com vantagem numérica para o petista.

Entrada de seção de votação em Guarulhos (SP) no primeiro turno das eleições de 2018 - Adriano Vizoni/Folhapress

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