Leia as íntegras comentadas dos discursos de Bolsonaro no 7 de Setembro

Presidente deu destaque à primeira-dama com declarações de tom machista e deixou de lado o Bicentenário da Independência

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São Paulo

O presidente Jair Bolsonaro (PL) promoveu atos de campanha nesta quarta-feira em Brasília e no Rio de Janeiro em meio às comemorações do Sete de Setembro.

Em suas declarações, Bolsonaro fez gestos em direção a eleitores fora de sua base de apoio e adotou tom machista, provocando críticas de seus adversários.

Leia os discursos, com comentários, proferidos nos atos no Distrito Federal e no Rio de Janeiro:

O presidente Jair Bolsonaro, durante ato em comemoração ao 7 de Setembro na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro - Eduardo Anizelli/Folhapress

DISCURSO EM BRASÍLIA PELA MANHÃ

"Brasil, terra prometida! Brasil, um pedaço do paraíso. A alegria de ser brasileiro, orgulho de ter nascido nessa terra. Cores preferidas? O verde e amarelo. O nosso objetivo: a liberdade eterna.

Tenham certeza: mais que oxigênio a nossa liberdade é essencial para nossa vida. Nenhum país do mundo tem o que nós temos, temos tudo para sermos ainda mais felizes ainda. Pode ter certeza com a graça de Deus, que me deu uma segunda vida, e pela missão que Deus me deu de comandar nosso país, nós atingiremos juntos o nosso objetivo."

O presidente mais uma vez faz referência à facada sofrida em Juiz de Fora, na campanha de 2018, que completou quatro anos na terça-feira (6).

"Hoje vocês têm um presidente que acredita em Deus, que respeita seus policiais e seus militares, um governo que defende a família e um presidente que deve lealdade ao seu povo."

Bolsonaro acena aos PMs, que tiveram benefícios em seu governo, como regras mais brandas na reforma da Previdência aprovada em 2019 e flexibilização para a aquisição de mais armas.

"Vocês sabem a beira do abismo que o Brasil se encontrava há poucos anos, atolada em corrupção e desmando. Demos uma nova vida a essa Esplanada dos Ministérios com pessoas competentes, honradas e patriotas. Começamos a mudar o nosso Brasil, veio uma pandemia, lamentamos as mortes, veio aquela errada política, do 'fica em casa que a economia a gente vê depois'."

Bolsonaro mais uma vez atribui a crise econômica às medidas de restrição de circulação adotadas no auge da pandemia, entre 2020 e 2021. No discurso, ele cita lamentação pelas mortes, apesar de ter dito naquela época frases como "Não sou coveiro" e "Chega de frescura, de mimimi".

"Enfrentamos também consequências de uma guerra lá fora.

Quando parecia que tudo estaria perdido para o mundo, eis que o Brasil ressurge, com uma economia pujante, com uma gasolina das mais baratas do mundo, com um dos programas sociais mais abrangentes do mundo, que é o Auxílio Brasil, com recorde na criação de empregos, com inflação despencando e com o povo maravilhoso e entendendo aonde o seu país poderá chegar."

O presidente festeja a deflação aferida em agosto e a queda no preço dos combustíveis, viabilizada com a ajuda de lei aprovada no Congresso em junho reduzindo os tributos estaduais. No acumulado de 12 meses, porém, o IPCA está em 10%. O mercado projeta as taxas em 6,6% ao fim do ano. A inflação dos alimentos afeta sobretudo os mais pobres, com alta real, por exemplo, de 60,7% no leite no ano e de 66,8% na batata inglesa em 12 meses.

"Somos uma pátria majoritariamente cristã, que não quer a liberação das drogas, que não quer legalização do aborto, que não admite a ideologia de gênero. Um país que defende a vida desde de sua concepção, que respeita as crianças na sala de aula, que respeita a propriedade privada e que combate a corrupção para valer. Isso não é virtude, é obrigação de qualquer chefe do Executivo.

Sabemos que temos pela frente uma luta do bem contra o mal, um mal que perdurou por 14 anos em nosso país, que quase quebrou a nossa pátria e que agora deseja voltar à cena do crime. Não voltarão! O povo está do nosso lado!"

Como ocorreu em debate no último dia 28, Bolsonaro ataca seu principal adversário, o ex-presidente Lula (PT) pelos escândalos de corrupção nos mandatos petistas. O PT tem tentado neutralizar essas críticas citando a compra de imóveis com dinheiro vivo pela família do ex-presidente, inclusive com inserções na TV.

"O povo está do lado do bem, o povo sabe o que quer. A vontade do povo se fará presente no próximo dia 2 de outubro. Vamos todos votar, vamos convencer aqueles que pensam diferente de nós, vamos convencê-los do que é melhor para o nosso Brasil."

Em meio à desvantagem nas pesquisas, o candidato à reeleição adota o discurso sobre a necessidade de "virar votos" e tenta evitar abstenção de seus simpatizantes.

"Podemos fazer várias comparações, até entre as primeiras-damas. Não há o que discutir, uma mulher de Deus, família e ativa na minha vida."

O presidente ensaiou uma comparação com outras primeiras-damas, mas não fez nenhuma citação direta à socióloga Rosângela da Silva, conhecida como Janja, mulher de Lula, que tem sido um contraponto a Michelle na busca pelo voto feminino na campanha.

"Não é o meu lado não, muitas vezes ela está na minha frente e eu tenho falado para os homens solteiros, para os solteiros que estão cansados de serem infelizes: procurem uma mulher, uma princesa, se case com ela para serem mais felizes ainda!

Obrigado, meu Deus, pela minha segunda vida. Obrigado pela missão.

Imbrochável, imbrochável, imbrochável! Imbrochável, imbrochável!"

O presidente entoou gritos vindos de apoiadores. A atitude foi criticada pelas presidenciáveis Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil). Tebet disse que o país vira motivo de chacota com o comportamento.

"Obrigado pela minha segunda vida, pelas mãos de 58 milhões de pessoas para estar à frente do Executivo federal. A missão não é fácil, sabemos que é difícil, mas sempre tenho pedido a ele mais que sabedoria, tenho pedido força para resistir e coragem para decidir.

Podem ter certeza é obrigação de todos jogarem dentro das quatro linhas da nossa Constituição. Com uma reeleição, nós traremos para dentro dessas quatro linhas todos aqueles que ousam ficar fora dela. Tenho certeza nessa Esplanada, aqui a origem das leis que mudam o nosso país. Muito feliz em ter ajudado chegar até vocês a verdade, também demonstrado para vocês que o conhecimento também liberta. Hoje, todos sabem quem é o Poder Executivo, hoje todos sabem o que é a Câmara dos Deputados, todos sabem o que é o Senado Federal e também todos sabem o que é o Supremo Tribunal Federal. A voz do povo é a voz de Deus. Todos nós mudamos, todos nós nos aperfeiçoamos, todos nós poderemos ser melhores no futuro."

Sem citar nomes, Bolsonaro fez fala crítica ao Supremo, principal alvo de seu discurso no Sete de Setembro do ano passado. Nas últimas semanas, houve mais duas situações que opuseram o presidente e a corte. Primeiro, em agosto, foram expedidas ordens de busca contra empresários que falaram sobre a possibilidade de golpe em um grupo de WhatsApp. Na última segunda-feira (5), o ministro Edson Fachin suspendeu decretos presidenciais que flexibilizavam a posse de armas e munição.

O trecho em que fala em trazer "para dentro dessas quatro linhas aqueles que ousam ficar fora dela" retoma o tom golpista do presidente que marcou a data em 2021.

"Muito obrigado, meu Deus, por esse momento, por mais esse momento junto com o povo aqui na Esplanada dos Ministérios. Nunca vi um mar tão grande aqui com essas cores verde e amarela. Aqui não tem a mentirosa Datafolha, aqui é o nosso datapovo!"

Bolsonaro volta a criticar os institutos de pesquisa, que desde o ano passado o mostram em desvantagem para o ex-presidente Lula. Na mais recente pesquisa Datafolha, divulgada na semana passada, o ex-presidente estava com 13 pontos de dianteira: tinha 45%, ante 32% do rival.

"Aqui a verdade, aqui a vontade de um povo honesto, livre e trabalhador. Daqui a pouco eu embarco para o Rio de Janeiro e estarei na praia de Copacabana, participando de um evento semelhante a esse, evento que une os brasileiros, dos quatro cantos do país, evento onde entre nós não há qualquer diferença, somos todos iguais. Todos nós queremos o bem da nossa pátria, o bem do nosso país.

Tenho certeza que juntos, em outubro, daremos mais um grande passo para o futuro do nosso país e das nossas famílias. Muito obrigado a todos vocês pela oportunidade, pela confiança, pelo carinho e pelo calor, a recíproca é verdadeira. Muito obrigado mais uma vez e até a vitória. Brasil acima de tudo.

Agora estou indo para Copacabana e o meu grito de despedida para vocês! Irruhuu!"

DISCURSO NO RIO DE JANEIRO DURANTE A TARDE

"Brasil, terra prometida. Rio de Janeiro, pedaço desse paraíso. Obrigado a Deus pela minha segunda vida. Obrigado pela missão que me deste para comandar esta grande nação.

Não tem preço andar pelos quatro cantos desse Brasil e encontrar uma população alegre, trabalhadora, pacífica e patriota. Pintada com as cores verde-amarela da nossa bandeira.

O Brasil é um país fantástico. Ninguém tem o que nós temos. Recursos, terras agricultáveis, clima aprazível, ninguém tem o que o Brasil tem. Costumo dizer: 'Olhe o que Israel não tem e veja o que eles são. Agora olhe o que nós temos e o que ainda nós não somos'. O que faltava para nós? Faltava acordarmos da letargia, da mentira, das palavras bonitas, mas de muita enganação sobre a sua população. Não sou muito bem-educado, falo palavrões, mas não sou ladrão."

Bolsonaro tenta mais uma vez aplacar a fama de agressivo que afeta sua popularidade em variados setores do eleitorado. Ele é o presidenciável com a rejeição mais elevada nas pesquisas. No horário eleitoral na TV na semana passada, um eleitor aparecia dizendo: "Ele [Bolsonaro] é estourado, mas só pensa o que é bom".

"O governo que teve a coragem de escolher um grupo de ministros nunca vistos na história do Brasil. Pessoas competentes, honradas, e patriotas, que aceitaram também essa missão de me ajudar a bem colocar o Brasil no rumo. Quem podia sonhar com um nome como Tarcísio, o astronauta, Damares.

Tantos outros nomes que realmente nos orgulham. Nomes que nos ajudaram a vencer um momento difícil da nossa pátria. Problemas não faltaram no mundo todo, em especial na economia. Lamentamos todas as mortes. Mas na economia, o nosso governo deu o seu exemplo.

[Interrupção] O nosso governo é exemplo, somos hoje referência para o mundo todo, atendemos aos mais humildes, aos mais necessitados, quando erraram lá atrás com a política do fica em casa, a economia a gente vê depois. Atendemos 68 milhões de pessoas com o Auxílio Emergencial.

Nosso povo estava condenado a passar fome. Atendemos aos mais humildes, aos mais necessitados. O Brasil hoje, os seus números da economia invejam o mundo todo. Teremos inflação esse ano sim, mas muito menor do que a Europa, do que até mesmo os Estados Unidos. Isso é comprometimento, é trabalho, é dedicação, é honestidade acima de tudo.

Também hoje vocês sabem que o Brasil está decolando, o Brasil está no rumo certo. O Brasil, hoje, além de referência, é admirado por todos os países. Temos uma política externa inigualável. Vamos negociar com a Rússia fertilizantes para o Brasil, mesmo com quase toda a imprensa contra e o mundo também."

Bolsonaro foi criticado pela aproximação com Vladimir Putin no início da Guerra da Ucrânia, em fevereiro. Em um momento de isolamento internacional da Rússia, o presidente foi a Moscou uma semana antes do início da invasão russa e se disse solidário ao governo. Já após o começo da guerra, fez fala crítica ao ucraniano Volodimir Zelenski, a quem chamou de comediante.

"Garantimos a nossa segurança alimentar, e a segurança alimentar de mais de um bilhão de pessoas ao redor do mundo.

Mais do que as questões materiais, nós nos preocupamos também com a tradição do nosso povo. Nós somos um governo que sabemos que o nosso estado é laico, mas o seu presidente é cristão. Nós defendemos a vida desde a sua concepção. Não existe no nosso governo a ideia de legalizar o aborto.

Nós sabemos o que uma mulher passa, uma mãe, quando tem dentro de casa um filho no mundo das drogas. Por isso, o nosso governo não aceita sequer discutir a legalização das drogas. O nosso governo defende crianças em sala de aula. Não admitimos levar avante a ideologia de gênero.

Os nossos filhos são o nosso patrimônio, e a escola é lugar do garoto buscar conhecimento. Educação quem dá é o pai e a mãe."

O presidente volta a encampar a pauta de costumes, que é especialmente cara ao eleitorado evangélico, uma de suas bases políticas.

"O nosso governo também respeita a propriedade privada. O nosso governo botou um fim às invasões do MST. Vocês não ouvem mais falar em invasão do MST pelo Brasil.

Demos dignidade aos assentados titulando terra para eles. O nosso governo também levou água para os nossos irmãos nordestinos com a transposição do rio São Francisco. O nosso governo ressuscitou o modal ferroviário no Brasil."

O candidato à reeleição faz novo aceno aos eleitores do Nordeste, uma das faixas mais refratárias a ele nas pesquisas sobre a sucessão presidencial. Segundo o mais recente Datafolha, ele tem apenas 24% das intenções de voto na região, ante 35% na totalidade do país.

"O nosso governo trata o povo com respeito, repito, três anos e meio sem corrupção. Isso não é virtude, isso é obrigação. Não adianta a esquerda nos atacar."

Ao fazer a afirmação, Bolsonaro omite uma série de casos de suspeitas de irregularidades em seu governo, além de medidas no sentido de barrar investigações e esvaziar instituições de fiscalização e controle.

Um dos principais casos foi o da prisão, em junho, do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e de dois pastores suspeitos de operar um esquema na liberação de verbas da pasta. Houve ainda o caso da importação da vacina Covaxin, contra a Covid-19, que foi investigada em CPI em 2021.

"Não estamos do lado da Venezuela, tampouco do lado da Nicarágua, que prende padre, expulsa feiras e fecha rádios e televisões católicas. O nosso governo respeita a sua carta à democracia, que é a nossa Constituição. O outro lado, que assina cartinhas, não respeita a nossa Constituição."

O candidato à reeleição novamente tenta associar adversários à limitação da liberdade religiosa. Na segunda-feira, a ministra Cármen Lúcia, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) determinou que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) removesse publicações ligando Lula à invasão de igrejas e perseguição de cristãos. A ministra disse que a afirmação é ofensiva à honra.

"A imprensa, por mais que possa errar, defenderei até o último momento o direito de uma imprensa livre para que possa levar informações para vocês, e vocês decidirem se a imprensa está transmitindo informações verdadeiras ou não.

É fácil ser presidente? Não é fácil. Mas eu tenho orgulho de ver o nosso mandato também, fazer ressurgir no Brasil o patriotismo. Hoje quando ando pelo Brasil, e todo mundo, num canto qualquer, sempre vendo nas portas das fazendas uma vara de bambu e uma bandeira verde e amarela na frente."

Bolsonaro reforça o uso dos símbolos nacionais por seus apoiadores, criticado pelos adversários. Nesta quarta-feira, Lula disse: "O Brasil irá reconquistar sua bandeira".

"Somos um grande país. Temos tudo para realmente decolarmos, sermos mais até do que a décima potência econômica. Ser uma das primeiras potências econômicas o Brasil. Estamos fazendo isso, estamos trabalhando. Vocês sabem o que está acontecendo. O nosso governo não permite qualquer controle das mídias sociais. As mídias sociais vieram para libertar a nossa população."

O presidente, em aceno ao eleitorado jovem, tenta atacar Lula afirmando que rechaça a ideia de regulamentar as plataformas. O petista, em 2021, disse em entrevista: "Vamos ter que regulamentar as redes sociais. Vamos ter que regulamentar a internet, vamos ter que colocar um parâmetro."

"Esperem uma reeleição para vocês verem se todos não vão jogar dentro das quatro linhas da Constituição.

Fizemos a campanha com João 8:32. "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". Depois passamos por outra passagem bíblica, que diz: "Por falta de conhecimento, seu povo pereceu"."

A frase bíblica virou um bordão para Bolsonaro usado em diferentes assuntos. Em seu perfil no Twitter, ele já a citou diversas vezes desde 2016, para falar, por exemplo, de quilombolas, do preço da gasolina ou para rebater adversários. Mencionou também em um de seus pronunciamentos em rede nacional de TV no início da pandemia.

"Trouxemos para vocês o conhecimento de como funciona a Presidência da República. Hoje vocês sabem também como funciona a Câmara dos Deputados, sabem como funciona o Senado Federal. E sabem também como funciona o Supremo Tribunal Federal.

O conhecimento liberta. O conhecimento nos faz ganhar. O conhecimento garante a nossa liberdade. Hoje vocês sabem como é difícil como presidente da República estar defendendo esse bem maior, maior do que a nossa própria vida, que é a nossa liberdade. Ela não tem preço. Se você na vida perder todos os seus bens, lá na frente você pode recuperá-los se tiver liberdade. Se você perder a liberdade, você perdeu tudo na vida.

Compare o Brasil com os países da América do Sul, compare com a Venezuela, compare com o que está acontecendo na Argentina, e compare com a Nicarágua. Em comum, esses países têm nomes que são amigos entre si. Todos os chefes dessas nações são amigos do quadrilheiro de nove dedos que disputa a eleição no Brasil. Esse tipo de gente tem que ser extirpado da vida pública.

Eu peço a vocês que não tentem convencer um esquerdista. Façam o contrário, fale para ele convencer você a ser esquerdista. Veja os argumentos deles, o que eles tenham falar para vocês. Não têm argumentos, são cabeças vazias. Pessoas que não têm nada a acrescentar. E depois que ele tentar te convencer, fale para ele onde ele está errado, porque eu sou presidente da República de 215 milhões de brasileiros. Eu não quero o mal, eu não quero o mal para essas pessoas. Eu quero o bem delas. E elas têm que ter sua mente aberta, têm que conhecer a verdade, têm que ter conhecimento para que possam então estar do lado certo."

Em desvantagem nas pesquisas e em busca de votos fora de sua base de apoiadores mais arraigada, Bolsonaro muda o tom em relação a seu histórico de declarações. Diz que é o presidente de todos e acena ao eleitor mais distante de seu campo político.

"Vocês sabem que sem economia o povo sofre, e não queremos o sofrimento do nosso povo. Hoje eu estive em Brasília com os empresários acusados de golpistas. Pelo amor de deus. Estamos ao lado dessas pessoas que nada mais fizeram do que a sua privacidade violada. Nós não queremos que isso aconteça com vocês. Nós queremos que vocês cada vez mais tenham liberdade para decidir o seu futuro.

E indo para o encerramento. Nesse momento de decisão, e vocês sabem que nós somos escravos das nossas decisões. Veja a vida pregressa, não só pessoal, mas também ao longo do seu respectivo mandato, para vocês poderem bem fazer as suas decisões. Eu tenho certeza que vocês sabem o que devemos fazer para que o Brasil continue no caminho em que está. Vocês sabem também que hoje nós temos um governo que acredita em Deus, que respeita seus policiais e militares. Sabem que esse governo defende a família brasileira, e o que é mais importante, é um governo que deve lealdade ao seu povo. Eu irei para onde vocês apontarem.

Tenho certeza, seremos um governo muito melhor com a nossa reeleição com graça de Deus. A todos vocês, do Rio de Janeiro, do meu Brasil, muito obrigado por esse momento. Dou aleluia por esse momento fantástico que estamos vivendo. Voltamos a falar de política em praça pública, voltamos a acreditar na política tão desacreditadas em nosso país. Voltamos a sorrir, voltamos a discutir política com responsabilidade. Tenho certeza que atingiremos, não eu, mas o nosso objetivo para o bem da nossa pátria.

Muito obrigado meu Rio de Janeiro. Hoje à noite, hoje à noite estarei no Maracanã, assistindo mais uma vitória do Flamengo. Para que no final o nosso Flamengo venha a ser mais uma vez campeão do mundo. Lá no Qatar. Muito obrigado a todos vocês. Brasil acima de tudo."

Com UOL

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