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Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Bolsonaro para Alckmin no Planalto: 'Nos livre do comunismo'

No fim da conversa com vice eleito, presidente mostrou que continua assombrado por falsas ameaças

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No fim da breve conversa que teve com Geraldo Alckmin (PSB), na semana passada, Jair Bolsonaro (PL) mostrou que continua assombrado por falsas ameaças.

Alckmin contou a aliados que, já na porta do gabinete presidencial, Bolsonaro agarrou seu braço e disse: "Por favor, nos livre do comunismo".

O vice-presidente eleito fez o relato a pelo menos três pessoas que estiveram com ele nos últimos dias. A frase de Bolsonaro variou em cada reprodução, mas todas as versões passavam pela suposta necessidade de proteger o país de um fantasma que não está no horizonte.

Alckmin demonstrou ter achado graça no episódio. O ex-governador paulista fez carreira no PSDB como um político de centro-direita e nunca vinculou Lula a uma ameaça comunista, mesmo quando os dois eram adversários. Agora, ele se tornou o símbolo de uma caminhada do petista em direção ao centro.

Bolsonaro costuma explorar o discurso da ameaça vermelha como ferramenta política. Na eleição de 2018, ele se incomodou quando foi comparado a Hugo Chávez pela campanha de Alckmin e publicou uma mensagem em que acusava o PSDB (partido do ex-governador naquele ano) de ser conivente com o comunismo.

Nem os aliados de Bolsonaro conseguem acreditar, sem margem para dúvidas, que ele considera real a existência de uma ameaça comunista no país. No mínimo, o presidente segue uma teoria conspiratória que enxerga o risco de um regime que vai perseguir seu grupo político.

O encontro entre Alckmin e Bolsonaro, na última quinta-feira (3), não estava previsto. O vice-presidente eleito saía de uma reunião com o ministro Ciro Nogueira (Casa Civil) sobre o processo de transição quando foi chamado por um ajudante de ordens do presidente para subir ao terceiro andar do Palácio do Planalto.

Na conversa com Bolsonaro, chamou a atenção de Alckmin a decoração do gabinete presidencial. Ele disse a aliados que, assim que entrou na sala, viu pendurado um enorme lençol com um escudo do Palmeiras.

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