Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).
Auxiliares de Lula veem terreno minado dentro do Palácio do Planalto
'Muita gente vai trabalhar contra enquanto estiver lá', diz aliado do presidente
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"O presidente não confia nem em quem trabalha dentro do Palácio." O diagnóstico foi feito nesta semana por um auxiliar com acesso livre ao gabinete de Lula. Os ataques de domingo ampliaram a inquietação de petistas com a estrutura instalada ao longo dos últimos quatro anos no Planalto e em outros órgãos sensíveis da administração federal.
O novo governo fez propaganda de uma desbolsonarização em cargos-chave, mas ministros e aliados de Lula admitem que o terreno continuará minado por algum tempo. Eles dizem que agentes simpáticos ao ex-presidente permanecem instalados na guarda do Palácio, no Exército, no Gabinete de Segurança Institucional, na Abin, da Polícia Rodoviária Federal e na Polícia Federal.
Nas palavras de um petista, "muita gente vai trabalhar contra enquanto estiver por lá". Ainda que contenha acusações generalizadas de sabotagem, esse político debita a invasão do Planalto, no mínimo, à omissão e à negligência de alguns personagens que integram esse corpo.
Lula expôs sua preocupação com o problema em conversas reservadas, ao apontar a desconfiança em relação a quem cerca seu gabinete, mas também em público. "Aqui dentro do Palácio, [havia] soldados do Exército brasileiro conversando com as pessoas como se fossem aliados", queixou-se durante reunião com governadores na segunda (9).
Auxiliares que discutiram o assunto com o presidente apontam duas soluções simultâneas para a questão. A primeira é a substituição progressiva de agentes em postos ligados à inteligência e à segurança. Esse processo, segundo eles, ganha velocidade após os ataques, mas será feito com prudência para evitar crises.
O segundo caminho é uma mudança no perfil de comando que foi testado nos primeiros dias de governo. Embora atestem a confiança de Lula em José Múcio (Defesa), dois aliados do presidente dizem que o modelo de conciliação adotado pelo ministro precisa de ajustes. Esse estilo pode ajudar a evitar atritos, mas será preciso ter pulso com os militares.
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