Siga a folha

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Descrição de chapéu Banco Central

Lula busca eco político na briga com BC e trata banco como oposição

Presidente convoca aliança para ampliar pressão sobre órgão e manter agenda econômica

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Lula convocou o mundo político para a briga com a cúpula do Banco Central. Em reunião com partidos aliados, o petista argumentou que o presidente e o Congresso foram eleitos pelo povo e, por isso, não precisam "pedir licença" para escolher a política econômica que vai ser implementada pelo governo.

No encontro, pipocaram críticas à taxa de juros estabelecida pelo banco sob o comando de Roberto Campos Neto. A ideia de Lula era fazer um apelo ao espírito de corpo da classe política e firmar um compromisso a favor de uma agenda econômica que estimule o crescimento.

O movimento tem toda a cara de uma manobra para consolidar uma aliança que, na prática, joga o BC na oposição. Lula, aliás, não esconde que considera Campos Neto um bolsonarista. Ele destaca o fato de que o chefe do banco participava, até outro dia, de um grupo de WhatsApp de ex-ministros do último governo.

No fundo, o petista até gostaria de ter apoio parlamentar para derrubar o chefe do BC, mas também sabe que o custo dessa articulação seria alto e produziria mais turbulências na economia. Por enquanto, as razões para trazer aliados para o ringue parecem ser outras.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros em reunião com dirigentes de partidos aliados, no Palácio do Planalto - Ricardo Stuckert/Presidência da República

Tudo indica que Lula gostaria de mostrar que as críticas ao BC têm eco no Congresso, apesar das restrições de muitas legendas ao tom adotado pelo presidente. Além disso, é inegável que um crescimento travado pela taxa de juros também não interessa a partidos do centrão.

Segundo essa lógica, o petista poderia expandir o apoio político à bandeira da redução dos juros e ampliar a pressão sobre o BC. Em outro front, ele buscaria sustentação entre os parlamentares para aprovar medidas de incentivo que amenizem o esfriamento da economia.

Existem riscos consideráveis no caminho. Lula pode ver o apoio a essa agenda restrito a partidos à esquerda, o que o deixaria distante de uma maioria no Congresso. Além disso, o presidente deve saber que Campos Neto também faz política e tem amigos na cúpula do centrão.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas