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Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Operação araponga derruba linha de defesa de Bolsonaro

Relato de Marcos do Val reforça investigações sobre participação do ex-presidente em trama golpista

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Há três semanas, uma minuta encontrada no armário de um auxiliar confirmou a existência de uma conspiração golpista na antessala de Jair Bolsonaro. Agora, o relato de um parlamentar aliado oferece os indícios de que o ex-presidente integrava a trama dentro de casa.

A operação araponga para anular a eleição e garantir a permanência de Bolsonaro no cargo foi descrita pelo senador Marcos do Val. Ele disse que foi chamado em dezembro para uma reunião com o então presidente e recebeu um pedido para gravar uma conversa que comprometesse o ministro Alexandre de Moraes.

O parlamentar afirma que o plano foi apresentado pelo ex-deputado Daniel Silveira, ao lado de Bolsonaro. Segundo a revista Veja, a ideia era usar equipamentos de espionagem emprestados pelo Gabinete de Segurança Institucional para obter provas de que Moraes havia manipulado a eleição, melar a votação e mandar prender o ministro.

Horas depois que a história foi divulgada, Marcos do Val tentou ajustar sua versão da história. Primeiro, ele disse à revista que o próprio Bolsonaro apresentou o complô com o objetivo de impedir a posse de Lula. Em entrevistas na manhã desta quinta-feira (2), o senador afirmou que o então presidente apenas ouviu as sugestões de Silveira.

Desde que começaram a ser reveladas maquinações golpistas para reverter o resultado da eleição, aliados de Bolsonaro argumentam que as conversas cercavam o ex-presidente, mas não o comprometiam diretamente. Fica difícil sustentar essa linha de defesa com a informação de que esses planos eram feitos por tanta gente próxima, com tanta frequência e até na presença dele.

Sempre se soube que havia uma missão instalada para preparar um golpe e permitir que o então presidente permanecesse no poder. A reunião relatada pelo senador vai abastecer as investigações que pretendem esclarecer como Bolsonaro participou dessas ações. O caminho para responsabilizar o ex-presidente vai ficando mais curto.

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