Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Descrição de chapéu Congresso Nacional

Eleições deixarão dívida alta para Lula na Câmara e no Senado

Governo vai depender de coordenação de Lira e terá que pagar fatura por base no Senado

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Mesmo que Lula não enfrente surpresas nas eleições do Congresso, o governo estará longe de sair da disputa numa situação confortável. A provável lavada de Arthur Lira (PP) na Câmara e as articulações da oposição no Senado devem deixar uma fatura alta para o presidente na montagem de sua base de apoio.

A adesão em massa à reeleição de Lira transformou o deputado numa espécie de operador soberano do plenário. Ao anunciar a decisão de não interferir na disputa, o governo precisou abrir mão de exercer seu poder de coordenação política e deixou o caminho livre para que o atual presidente da Câmara organizasse sua própria coalizão.

Com uma reeleição maiúscula, Lira demonstrará influência sobre deputados que, hoje, estão fora da órbita do governo. Aliados do presidente da Câmara e políticos governistas dizem que esse quadro obrigaria Lula a chamar Lira para participar da distribuição de verbas e cargos para esses parlamentares.

Luiz Inácio da Silva cumprimenta presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) em diplomação no TSE, em dezembro de 2022 - Evaristo Sa/AFP

O presidente da Câmara entraria nessas negociações como o líder de deputados que não foram atendidos na conturbada partilha de ministérios —tanto em legendas que se declaram independentes (PP e Republicanos) como naquelas que ficaram rachadas (União Brasil).

A eleição desta quarta-feira (1º) também deve dar a Lula a prova final de que a negociação de cargos no primeiro escalão foi insuficiente para construir uma base aliada firme no Senado. Nos últimos dias, o governo precisou abandonar o discurso de neutralidade e entrar no circuito para tentar evitar uma derrota de Rodrigo Pacheco (PSD).

Num esforço para segurar votos no bolsonarista Rogério Marinho (PL) dentro de partidos da aliança governista, operadores de Lula tiveram que antecipar uma oferta de cargos na máquina pública que só deveria ocorrer depois da eleição.

Se Pacheco vencer, o governo terá que honrar a dívida com esses senadores. Se perder, Lula vai suar (e gastar) para evitar derrotas sucessivas no plenário do Senado.

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