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Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Descrição de chapéu Datafolha

Divisão política de 2022 produziu um eleitor encastelado

Decisão de voto criou identidades baseadas em candidatos e afetou até sensação de bem-estar

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Se um eleitor de Jair Bolsonaro resolver falar de economia durante a ceia de Natal, é muito provável que ele diga que o governo faz um trabalho ruim ou péssimo. Nesse grupo, duas em cada três pessoas têm uma avaliação negativa da gestão de Lula na área, segundo o Datafolha. O mesmo vale se o tema for combate à miséria ou ao desemprego.

O voto na eleição anterior é o marcador mais tradicional das opiniões sobre um governo. Em grande parte dos casos, um brasileiro de baixa renda que votou no candidato derrotado terá uma avaliação pior sobre a economia do que o brasileiro de baixa renda que ajudou a eleger o presidente, mesmo que as experiências dos dois sejam idênticas.

As divisões do ciclo político atual deram um peso extra ao fator voto nos julgamentos sobre o desempenho de um governo. Uma larga fatia de eleitores se encastelou em identidades determinadas por essas escolhas, se aferrou às plataformas defendidas por seus candidatos e se tornou menos permeável a avaliações baseadas em resultados.

Em alguma medida, essa filiação afeta até mesmo considerações que o eleitor faz sobre sua própria sensação de bem-estar. Só 16% dos bolsonaristas dizem que sua situação econômica melhorou nos últimos seis meses, e 43% dizem que piorou. Entre lulistas, 55% veem uma situação mais favorável, e apenas 10% apontam para um quadro pior.

A distorção aparece de forma acentuada entre oposicionistas, mas o cenário de polarização também tem efeito sobre eleitores de Lula. Neste segmento, algumas das áreas com melhor avaliação positiva são aquelas em que o governo representa uma virada em relação a Bolsonaro: cultura (64%), ciência e tecnologia (59%) e relações exteriores (58%).

A diferença é que eleitores que votaram em Lula parecem menos generosos em temas considerados sensíveis (e aí está um perigo para o governo). Um em cada três deles acha que o governo vai mal na saúde (32%), na segurança pública (31%) e no combate à corrupção (34%).

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