Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Lula renova pacto, mas Haddad não terá vida fácil em 2024

Ministro recebe apoio para plano de ajuste e missão para encontrar dinheiro para obras do governo

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Não foram poucas as vezes em que Lula fez vista grossa para a artilharia interna contra Fernando Haddad. O presidente decidiu encerrar o ano com votos mais generosos para o auxiliar. Ao reunir o time de ministros, o chefe fez uma manifestação explícita de satisfação com o trabalho do titular da Fazenda e indicou a renovação de um pacto.

No breve discurso de abertura do encontro desta quarta-feira (20), Lula dirigiu dois elogios diretos e nominais a Haddad. Depois, sinalizou respaldo à agenda do ministro: disse que o governo trata "com muita seriedade a questão econômica" e afirmou que manterá os mesmos princípios em 2024, sem "mágica" nem "cavalo de pau".

Depois de dar mais do que um punhado de declarações a favor do afrouxamento das contas do governo, o presidente usou a última reunião ministerial para manter as cordas nas mãos de Haddad. Com o recado, o presidente preserva a autoridade do ministro, mas também amplia a pressão que haverá sobre ele no segundo ano de governo.

O presidente Lula durante reunião ministerial no Palácio do Planalto - Evaristo Sa/AFP

Se não acreditasse nos efeitos de um ajuste na economia, Lula não teria arbitrado tantas disputas a favor de Haddad em 2023. O presidente, no entanto, sempre deixou claro que não seguiria esse plano ao custo de grandes tesouradas —uma cobrança que estará ainda mais presente no ano que vem, com uma promessa de mais investimentos.

Na semana passada, Lula estabeleceu diretrizes para 2024 ao falar na ampliação de obras do governo e completou: "Eu não quero saber onde a gente vai ter dinheiro". A frase foi entendida como mais uma pá de terra sobre a meta de déficit zero. Foi também uma ordem direcionada a Haddad para o próximo ano.

O ministro convenceu Lula de que será possível perseguir um equilíbrio nas contas sem cortes que comprometam os planos do governo. O presidente tem suas dúvidas, assim como todos os ministros mais fortes da Esplanada. A missão de Haddad será garantir o dinheiro, seja com mais arrecadação, seja com déficit.

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