Siga a folha

Doutora em filosofia, pós-doutoranda em direito internacional e autora do livro 'Um Olhar Liberal Conservador sobre os Dias Atuais'

Descrição de chapéu Folhajus ameaça autoritária

O bote, o arrego e o conluio de Bolsonaro

No dia 7, presidente ensaiou um golpe de Estado com discurso belicoso

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

O governo das leis, diz Norberto Bobbio, triunfa na democracia. Pisar nas leis, porém, é precisamente o que almeja o político populista: ele quer substituí-las, arvorando-se intérprete e executor da vontade do povo.

Personalidades autocráticas, de esquerda ou de direita, são um risco para a democracia, embora o primeiro tipo a defenda retoricamente. O populista de esquerda tende a encaminhar o seu país para uma espécie de democracia totalitária, enquanto o populista de direita tende abertamente à ditadura, sem floreios retóricos.

Querem nos fazer crer que precisamos ficar reféns dessas duas ameaças e que somos incapazes de achar o meio termo para o amadurecimento de uma democracia liberal. A Itália teve seu Duce, a Alemanha teve seu Führer e o Brasil hoje tem seu Mito. A comparação pode ser extravagante, mas o culto à personalidade, aliado a movimentos de massa é sempre um fenômeno que merece atenção.

Nas manifestações do dia 7, Bolsonaro deu mais um bote autoritário, ensaiou um golpe de Estado e a enorme quantidade de pessoas que foram às ruas, querendo ou não, endossaram seu discurso belicoso.
Diante do grave momento, a reação institucional foi desigual: o presidente do STF e o presidente do TSE deram respostas duras, mas o presidente da Câmara, do Senado e o titular da PGR deram respostas frouxas ou cúmplices.

Para desalento, porém, da sua militância radicalizada, Bolsonaro capitulou e apresentou a já famosa “carta do arrego”, escrita por Temer, em meio a conversas e entendimentos com o próprio Alexandre de Moraes.

A base sentiu-se traída, mas foi exortada a confiar, mais uma vez, no presidente. Blogueiros a soldo, após breve espasmo de revolta, explicaram que Bolsonaro não recuou, foi apenas estratégico.

Ao que parece, a estratégia é só negociata de acomodação com o próprio STF. Não cheira a coisa boa, visto que até o ministro Gilmar Mendes se animou a pedir que acreditemos na “boa fé” de Bolsonaro.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas