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Doutora em filosofia, pós-doutoranda em direito internacional e autora do livro 'Um Olhar Liberal Conservador sobre os Dias Atuais'

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Inep, Enem e doutrinação reversa

A doutrinação é um problema inerente ao modelo educacional estatista e centralizador

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O que inspira as ações do presidente Jair Bolsonaro na educação, além de ignorância e obscurantismo, é uma espécie de ideologia reativa. Visto que a militância ideológica de esquerda vigente nos governos petistas corrompeu muita coisa no Brasil, inclusive a educação, a direita bolsonarista no poder tem pretendido corrigir tais rumos com doses cavalares de doutrinação reversa e estatismo.

O presidente da República Jair Bolsonaro passeia de moto pelas ruas de Doha - Alan Santos - 17.nov.21/PR

Ao afirmar que as questões do Enem "começam agora a ter a cara do governo", Bolsonaro abriu o jogo intervencionista que deflagrou a crise no Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais). Acusando a "fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima" do órgão, 37 servidores pediram exoneração de suas funções denunciando assédio moral, ideológico e tentativa de interferência indevida no processo de elaboração do exame.

Está clara a tentativa de manipulação ideológica no Enem por parte do governo federal. Mas causa estranheza o horror da comunidade política e acadêmica em relação ao caso, tendo em vista o grau de enviesamento ideológico que já havia na educação; só que para o lado oposto. Tal viés está explícito na BNCC, nos acervos das bibliotecas das universidades, nos currículos de formação docente e mesmo em questões passadas do Enem. Nada disso chocava os indignados de agora.

A tentativa de doutrinação é um problema inerente ao modelo educacional estatista e centralizador. No Brasil, não apenas a educação pública está sob as rédeas do Estado, mas também a educação privada, tendo em vista toda a regulamentação e planejamento central imposto pelo MEC (Ministério da Educação), desde a educação infantil até a pesquisa universitária. O fato de o Brasil estar sempre entre os piores nos rankings educacionais deveria acender o alerta de que esse modelo falhou.

Sob uma óptica liberal da educação, o Enem nem deveria existir. Mas, já que existe, precisa evitar os abusos doutrinários tanto da esquerda quanto da direita.

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