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Jornalista e comentarista de política

Direita identitária

Governo vai colecionar derrotas enquanto ignorar o novo ambiente congressual

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As chamadas jornadas de junho de 2013 ainda são, dez anos depois, um enigma a ser perfeitamente desvendado. O assunto é complicado mesmo, pois, embora a gênese tenha sido a insatisfação do público pagante de impostos, os efeitos são vários e seguem em processo de compreensão.

Já a razão pela qual o país transitou de um presidencialismo de coalizão para uma rotina de colisões entre os Poderes Executivo e Legislativo não é um mistério tão difícil assim de ser elucidado. As causas não são ocultas, e as consequências, evidentes.

O deputado Arthur Lira (PP-AL) é saudado pelos colegas durante a sessão de posse dos parlamentares eleitos - Pedro Ladeira - 1º.fev.23/Folhapress - Folhapress

No Parlamento predomina uma visão de mundo diferente daquela preponderante no Palácio do Planalto e área de influência. Não é um dado novo e, em governo eleito por um triz, cenário mais que esperado.

Acrescente-se aí, porém, uma novidade: a existência explícita e expressiva de um eleitorado de direita a quem aquela maioria passou a dever satisfações. Sob pena de não renovar os mandatos. Prova disso são os fracassos nas urnas, em 2022, de bolsonaristas de 2018 que mudaram de lado no meio do caminho.

Nos governos anteriores do PT, a realidade era outra: havia uma grande massa meio amorfa que prestava submissão ao Executivo. Devido à preferência pelas benesses do poder em curso, dedicava-se primordialmente ao exercício do fisiologismo.

A prática continua em cartaz e até mais agressiva num Congresso de poderes reforçados. Só que a ela se juntou o fator ideológico, e isso requer mudanças de procedimentos.

Se antes as negociações já precisavam ser feitas caso a caso, em geral mediante a concessão de alguma vantagem, agora é preciso levar em conta também o interesse do parlamentar em relação aos valores da respectiva base eleitoral.

Por isso, se o governo insistir em pautas que não atendam ao quesito identitário, vai colecionar quantas derrotas forem as vezes em que tentar ignorar a existência dessa alteração no ambiente congressual.

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