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Lula contraria o rumo do governo na economia para laurear os aliados das horas difíceis

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Apesar das críticas —"um pouco exageradas" (não disse "despropositadas"), segundo Fernando Haddad—, Luiz Inácio da Silva quis e, com todos os pesares, emplacou Marcio Pochmann na presidência do IBGE. Faz parte das prerrogativas presidenciais, embora o atropelo a Simone Tebet não se adeque às regras da boa educação.

O jogo parecia jogado e encerrado com a habilidosa reação da ministra do Planejamento, mas se mantém em aberto devido à intenção do presidente de influir na escolha de um novo CEO da mineradora Vale ao fim do mandato de Eduardo Bartolomeo, em maio de 2024.

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega- Mathilde Missioneiro - 10.fev.23/Folhapress - Folhapress


E qual é o jogo? A vontade de Lula para recompensar aqueles que reconhece como fiéis das horas difíceis: foi assim com Dilma Rousseff para o banco dos Brics, com Pochmann e é assim agora com a tentativa de alojar Guido Mantega no comando da empresa (privada) que, junto com a Petrobras e o agronegócio, lidera a pauta de exportações do Brasil.

O sinal ao mundo seria o de que por aqui o poder político se sente no direito de se colocar acima dos interesses do país. Sinal oposto à condução da área econômica, fonte de boas notícias.

O plano não necessariamente dará certo, pois há forte reação (nos bastidores, é verdade) dos maiores acionistas contra a tentativa de ingerência.

Na Vale, a palavra de ordem é silenciar em público, pois há suspeita de que o nome de Mantega tenha sido apresentado como balão de ensaio. Uma vez retirado, ficaria aberto o caminho para a nomeação do ex-ministro para um posto no exterior, aí visto como recuo aceitável.

Não significaria desistência, pois a ideia de ampliar a força do governo além dos 8,68% da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) é conhecida nas internas na mineradora há pelo menos quatro meses e vista com a preocupação de que existam outros nomes engatilhados, de naipe assemelhado, capazes de aplacar resistências empresariais ante o peso da caneta presidencial.

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