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Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

Descrição de chapéu Tóquio 2020

Ouro no revezamento empolga, mas é preciso mais para pódio olímpico

Seleção nacional foi testada e aprovada na vitória inédita de domingo

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A medalha de ouro conquistada pelo quarteto do Brasil no Mundial de Revezamento (Iaaf World Relays), em Yokohama, no Japão, é um alento para o esporte nacional às vésperas dos Jogos Pan-Americanos de Lima, em julho, e do Mundial de Atletismo de Doha, em setembro, competições que, além do brilho próprio, lançarão um pouco de luz nos prognósticos para a Olimpíada de Tóquio, com início em 24 de julho de 2020.

O óbvio, no momento, é que o time nacional se encontra no topo da especialidade, com possibilidade de aprimorar seu condicionamento técnico, físico e psicológico. O desempenho de Rodrigo Nascimento, Derick Silva, Jorge Vides e Paulo André Camilo de Oliveira garantiu o cruzamento da linha final em 38s05, ou seja, 0,02 segundo à frente do conjunto dos EUA, que contou com o experiente Justin Gatlin, 37, campeão olímpico e mundial em provas de 100 m. Será que ele estará na Olimpíada?

De todo modo, a seleção nacional foi testada e aprovada na vitória inédita de domingo (12) no Mundial exclusivo da especialidade. No revezamento 4 x 100 m, quatro atletas correm 100 m cada, passando o bastão para o companheiro, que segue em frente. A prova integra também a grade do Mundial pleno do atletismo, que engloba todas as disputas da modalidade.

Equipe brasileira comemora a vitória nos 4 x 100 m em Yokohama, no Japão - Kazuhiro Nogi/AFP

As expectativas sobre uma possível evolução da equipe brasileira estão carregadas de otimismo. O time tem um diferencial em relação aos conjuntos anteriores: o equilíbrio no potencial dos seus integrantes, que já correram os 100 m rasos na casa dos 10s15. É um aspecto importante, que realça o desempenho do conjunto.

A inédita vitória brasileira em Yokohama, assegurada com a marca de 38s05, não é o retrato de uma performance fora do comum, mas mexe positivamente com a empolgação dos integrantes da seleção nacional, permitindo um trabalho de preparação com maior confiança nas possibilidades de boas atuações no futuro.

A chance de um lugar no pódio dos Jogos Olímpicos no Japão passa a ser mais palpável, embora repleta de incertezas. Os brasileiros e os rivais devem intensificar seus treinamentos com os olhares voltados para Tóquio. É preciso sempre mais, muito mais para o pódio olímpico. Na última Olimpíada, no Rio, em 2016, liderada por Usain Bolt, a Jamaica levou o ouro com 37s27, à frente do Japão, com 37s60, e do Canadá, com 37s64. O Brasil, com 38s41, ficou em sexto.

O desempenho de ponta no revezamento 4 x 100 m não surpreende o atletismo brasileiro, pois vem de tempos atrás. Basta lembrar que o país arrebatou três medalhas olímpicas: prata em Sydney-2000 e bronzes em Atlanta-1996 e Pequim-2008. Esta última foi assegurada posteriormente às disputas na China, onde o Brasil terminou em quarto, mas acabou beneficiado com a desclassificação da Jamaica, que teve um dos seus integrantes pego em reanálise de testes antidoping.

Além disso, o histórico da equipe nacional registra passagens positivas em outras oportunidades. Detém o expressivo recorde sul-americano de  37s90, assegurado na conquista do pódio olímpico na Austrália. Cravou também o recorde dos Jogos Pan-Americanos em Winnipeg-1999, no Canadá, com 38s18, performance repetida em Guadalajara-2011, no México. A marca então superada, de 38s31, pertencia aos EUA desde outubro de 1975, e havia sido obtida na Cidade do México, onde a altitude local (2.600 m acima do nível do mar) favorece a quebra de recordes.

Embora o registro dos brasileiros em Yokohama seja o mais rápido do ano na especialidade, ele está distante do recorde mundial e olímpico de 36s84, com o qual a equipe da Jamaica se sagrou campeã nos Jogos de Londres-2012.

Correr abaixo dos 38s é meta natural para qualquer pretensão de pódio olímpico.

A extravagância londrina teve uma explicação básica. O magistral e incomparável Usain Bolt estava na pista e fazia a diferença a favor da Jamaica. Mas o fenômeno encerrou a carreira, deixando mais tranquilo, e sem pesadelo, o sono da concorrência.

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