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Jornalista, autor de cinco volumes sobre a história do regime militar, entre eles "A Ditadura Encurralada".

Pazuello contribuiu mostrando o tapete debaixo do qual está a sujeira

General poderia ter denunciado enquanto estava na cadeira; tudo bem, ainda há tempo para que o faça

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O general Eduardo Pazuello caiu atirando, da pior maneira possível. Graças ao repórter Caio Junqueira sabe-se que na posse de seu sucessor, constrangeu-o dizendo-se vítima de uma “ação orquestrada” e de “pressões políticas”.

Denunciou “um grupo interno nosso” que em fevereiro “tentou empurrar uma pseudo nota técnica” defendendo um medicamento. Eram “oito atores”, todos médicos da equipe que levou para o ministério.

O general contou que seu rigor blindando o ministério acabaria “dando merda”. Afinal, “a operação de grana com fins políticos acontece aqui”.

Pazuello poderia ter denunciado essa situação enquanto estava na cadeira, expondo o grupo dos “oito”. Preferiu se aborrecer com jornalistas. Tudo bem, ainda há tempo para que o faça, protegendo seu sucessor.

De qualquer forma, contribuiu mostrando o tapete debaixo do qual está a sujeira.

Quem quis sumir com os mortos?

Sujeira debaixo do tapete, há, e persiste. Enquanto o general Pazuello falava dos “oito”, alguém alterou os critérios de registro de mortos pela Covid no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe.

Tornava obrigatória a informação do CPF, a nacionalidade e o grau de imunização do paciente. Com a gracinha, num só dia, o número de mortos em São Paulo cairia para 281, contra 1.021 na véspera. Só faltou exigirem um registro presencial, como as provas de vida dos aposentados.

As secretarias de Saúde reclamaram e o doutor Marcelo Queiroga anunciou que a exigência foi cancelada.
Resta saber como esse jabuti foi colocado na árvore.

Quem quer lockdown?

Natasha concedeu uma de suas bolsas de estudo ao novo ministro da Saúde, doutor Marcelo Queiroga. Ele entrou em campo pedindo um voto de confiança e disse o seguinte:“Quem quer lockdown? Ninguém quer lockdown.”

No dia seguinte à fala de Queiroga, quatro defensores de um “lockdown rígido” de 30 dias assinaram um artigo defendendo a medida.

Entre eles, a professora Márcia Castro, da Escola de Saúde Pública de Harvard, e Carlos Lula, Presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde.

Queiroga quis dizer: Jair Bolsonaro não quer o lockdown.

Leia mais textos da coluna de Elio Gaspari deste domingo (28):

Machucado, Kassio Nunes Marques deu-se a um momento de valentia de vestiário

Se fizer o mesmo sinal com os dedos na Lapa, Filipe Martins terá experiência desagradável

Com suas obsessões e mentiras, Bolsonaro está ficando sozinho

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