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Editada por Felipe Bailez e Luis Fakhouri, fundadores da Palver, coluna traz perspectivas sobre os dados extraídos de redes sociais fechadas

Descrição de chapéu STF TSE

Moraes é escolhido como inimigo externo para unir direita nas eleições

Com início das campanhas, direita se organiza nas redes e tenta inflamar apoiadores contra o ministro

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Ao longo da última semana, um dos fatos que gerou intenso debate nas redes sociais foi a publicação de reportagem na Folha sobre a atuação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), no âmbito do inquérito das fake news.

Segundo a reportagem, Moraes teria ordenado a seus assessores a produção de relatórios não oficiais contra bolsonaristas para que pudesse embasar suas decisões no contexto das eleições presidenciais de 2022.

A publicação da reportagem aconteceu na terça-feira (13) e, no mesmo dia, as redes sociais se dividiram entre os críticos das medidas de Moraes e aqueles que ou apoiam o ministro ou que não veem ilegalidades nas revelações da reportagem.

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes durante sessão da Primeira Turma na corte - Folhapress

No primeiro grupo, entre aqueles que se colocaram em oposição a Moraes, estão principalmente, mas não exclusivamente, os bolsonaristas. Além deles, há outros grupos que discutem a legalidade dos atos cometidos e do rito processual, como é o caso do senador Alessandro Vieira (MDB-SE).

Já no grupo de apoio a Moraes, há um esforço para analisar o contexto em que as decisões foram tomadas e também uma crítica à forma como a reportagem da Folha posicionou o tema, como sendo uma possível transgressão das regras.

O pico das menções sobre o tema nos grupos públicos de WhatsApp analisados pela Palver ocorreu na quarta-feira (14), com aproximadamente 1.000 menções a cada 100 mil mensagens trocadas dentro da amostragem analisada.

No mesmo dia em que a reportagem da Folha foi divulgada, alguns parlamentares se manifestaram pedindo o impeachment de Moraes, e uma petição começou a circular pelos grupos públicos analisados pela Palver.

Nos grupos de WhatsApp mais ligados à esquerda, a possibilidade de impeachment foi tratada com ironia pelos usuários, que questionavam a capacidade de análise política dos bolsonaristas, pois caso a empreitada seja bem-sucedida caberia a Lula indicar o substituto.

Já nos grupos mais ligados à direita, iniciou-se um grande engajamento em torno do tema, com a convocação de uma manifestação pró-impeachment a ser realizada na data comemorativa de 7 de setembro.

Esse movimento começou a ganhar corpo nas redes sociais após as convocações de Silas Malafaia e o endosso tanto do senador Flávio Bolsonaro como do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Na manhã do sábado (17), a pressão nas redes aumentou ainda mais após a decisão da rede social X (ex-Twitter) de fechar seu escritório no Brasil. Na publicação oficial, o texto aponta que o povo brasileiro precisa decidir entre "democracia ou Alexandre de Moraes" e que a decisão de saída do Brasil recai unicamente sobre o ministro, por causa das decisões judiciais proferidas.

Após a realização do anúncio, o bilionário Elon Musk, dono da plataforma, iniciou mais uma série de investidas contra Moraes. Alternando entre postagens mais sérias e memes, Musk repostou um tweet de Nikolas Ferreira (PL-MG) o convidando para a manifestação pró-impeachment em 7 de setembro, dando mais visibilidade ao ato.

Essa movimentação da direita nas redes sociais e esse chamado para as ruas na tentativa de inflamar a base de apoiadores, acontecem em um momento importante no contexto político dada a proximidade com as eleições municipais, que acontecem em 6 de outubro.

Mesmo com a improbabilidade de que um impeachment contra Moraes prospere, os bolsonaristas estão concentrando esforços na mobilização e cuidando para que o ato não seja capturado politicamente, indicando a importância dessa empreitada na estratégia política eleitoral.

Nesse sentido, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tentou criar uma "vacina" contra Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo, ao postar uma foto de Marçal abraçado com Moraes, justificando o porquê de seu apoio em São Paulo ao prefeito Ricardo Nunes (MDB).

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