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Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

Não vai dar certo

Adoraria estar errado, mas com Bolsonaro não há muita chance

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Adoraria estar errado, mas creio que, com Jair Bolsonaro na Presidência, não há muita chance de que venhamos a ter um plano nacional de enfrentamento da Covid-19 minimamente coerente e eficaz.

O problema é que não dá para conciliar a personalidade do presidente, em particular as ideias em relação à Covid-19 de que ele não abre mão, como a fantasia do tratamento precoce e a resistência às medidas de isolamento social, com o que precisa ser feito. Não são comitês de emergência nem o novo ministro que irão demovê-lo de suas obstinações ou impedi-lo de interferir nas políticas de saúde.

É claro que é melhor ter um Bolsonaro pressionado, pelo centrão, por Lula, pelo PIB, pelas pesquisas de popularidade, do que um Bolsonaro solto para perseguir seus apetites naturais. Quando acuado, o presidente tende a fazer menos besteiras. Bônus extra: é divertido vê-lo contradizer-se tão flagrantemente como o fez em relação às vacinas.

Em termos de resultados, porém, não devemos esperar nenhuma grande mudança. São os governadores e prefeitos que, de forma pouco coordenada e às vezes até mal informada, seguirão determinando os rumos do combate à epidemia.

E a situação é bem pior do que parece. Já contamos mais de 300 mil mortos, e essa cifra ainda vai subir bastante. Com os hospitais em colapso, a mortalidade, tanto pelo vírus como por outras moléstias e acidentes, também tende a aumentar.

A tragédia não se mede só em cadáveres. Com as escolas funcionando precariamente há mais de um ano, é certeza que teremos coortes de alunos com sérias deficiências de conhecimento que carregarão por toda a vida.

Na economia, a situação difícil que já vivíamos antes da chegada do vírus se agravou sobremaneira. Estamos agora com uma dívida bem maior e com piores condições de geri-la.

A epidemia deixa rastros de destruição na sociedade brasileira que ainda sentiremos por vários anos.

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