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Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

O papel de Thomas Jefferson e Jair Bolsonaro na popularização da vacinação

Plutarco diz ter escrito livro em que pareia biografias para ressaltar vícios e virtudes morais

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Washington, 1801. Thomas Jefferson, terceiro presidente dos Estados Unidos, logo no início de sua administração estabeleceu contato com Benjamin Waterhouse, da Escola de Medicina de Harvard. Waterhouse era um entusiasta da vacina contra a varíola, desenvolvida quatro anos antes por Edward Jenner.

Jefferson pediu a Waterhouse um pouco de “matéria vacinal” para que ele pudesse dar curso a seus próprios experimentos. Por três vezes, as amostras chegaram mortas. Jefferson insistiu. Bolou um invólucro especial para que os vírus não morressem no transporte pelo serviço postal. Deu certo. Em pouco tempo, Jefferson inoculara cerca de 200 membros de sua família e vizinhos. Anotou todas as reações à vacina. Nos meses seguintes expôs os pacientes ao vírus da varíola e constatou que todos estavam imunes.

Jefferson, embora não fosse médico (era advogado), tinha forte interesse pela ciência e pelo bem-estar das pessoas. Teve papel fundamental na popularização da vacinação nos Estados Unidos.

Brasília, 2020. Jair Bolsonaro, 38º presidente do Brasil, se viu no comando do país durante a epidemia de Covid-19. Em vez de buscar aconselhamento com os cientistas, deu ouvidos a um grupo de charlatães.

Quando empresas sérias ofereceram suas recém-desenvolvidas vacinas ao Brasil, seu governo ignorou as propostas. Interessou-se, porém, pelas ofertas de picaretas, que não tinham as vacinas, mas tentavam embolsar as comissões.

Bolsonaro, que não é médico (é um rejeito do Exército), acha que -4+5 = 9 e não tem interesse pela ciência. Aliás, não tem interesse por nada que não ele próprio e sua família. Também não dá a mínima para a vida das pessoas. Sua gestão deixou um saldo de mais de meio milhão de mortos.

Plutarco diz ter escrito “Vidas Paralelas”, livro em que pareia biografias de pessoas ilustres, não tanto para contar suas histórias, mas para ressaltar suas virtudes e vícios morais. A comparação fala por si.

Ilustração de Annette Schwartsman para a coluna de Hélio Schwartsman de 25.jul.2021 - Annette Schwartsman

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