Siga a folha

Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

Descrição de chapéu violência trânsito

Olhe de novo

Livro destrincha os efeitos psicológicos da habituação e defende que aprendamos a nos desabituar

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

A Lava Jato não passa de uma criação da CIA. Essa asserção e variantes são demonstravelmente falsas, mas petistas as repetem tão amiúde que já há quem as tome por verdadeiras. O nome do fenômeno é "efeito da verdade ilusória", que pode ser definido como a tendência de acreditar que informações falsas estão corretas após exposição repetida. Incrivelmente, funciona.

"Look Again" (olhe de novo), de Tali Sharot e Cass Sunstein, explica essa e outras facetas da habituação, um dos mais fascinantes atributos da psique humana. Tecnicamente, a habituação é uma forma de aprendizado, caracterizada pela diminuição da intensidade com que respondemos a um estímulo à medida que a exposição se prolonga. A habituação é uma bênção e uma maldição.

Ilustração de Annette Schwartsman para coluna de Hélio Schwartsman - Annette Schwartsman

Sharot e Sunstein explicam as bases evolutivas e biológicas da habituação e mostram como ela está envolvida em quase tudo o que fazemos. É ela que permite que nos adaptemos a novas realidades. Mas também é o mecanismo por trás da própria insatisfação humana: nós rapidamente nos acostumamos às coisas boas em nossas vidas e deixamos de valorizá-las.

Os autores sustentam que precisamos aprender a nos desabituar. Em várias circunstâncias, fazê-lo pode significar extrair mais prazer de nossas atividades, nos livrar de fatores de estresse e até inovar mais.

Sharot e Sunstein passam sua mensagem num texto cheio de boas histórias, muitas delas surpreendentes. "Högertrafikomläggnigen" é a palavra sueca para designar "desvio do tráfego para a direita". É como ficou conhecido o dia 3 de setembro de 1967, quando a Suécia trocou a mão inglesa pelo sistema vigente no restante da Escandinávia. As autoridades esperavam um aumento nos acidentes, mas o que se constatou foi uma redução.

A explicação? A desabituação levou os motoristas suecos a ficarem mais atentos. O efeito durou dois anos. Depois houve nova habituação e os acidentes voltaram às taxas basais.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas