Siga a folha

Correspondente em Madri, foi editor de Ilustrada e Folhateen e das revistas sãopaulo e Serafina. Escreve sobre cultura há três décadas.

Descrição de chapéu Rio de Janeiro

Gotham City

Uma viagem ao Rio inspirado nos quadrinhos do Batman

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

O gibi “Batman - Ano Um” (1987), de Frank Miller e David Mazzucchelli, tem uma abertura magistral. Um jovem Bruce Wayne retorna a Gotham City após passar 12 anos no exterior, aprimorando suas técnicas de luta e combate. Ele chega de avião e pensa: “Daqui, a cidade parece um grande empreendimento. Deveria ter pegado o trem. Eu deveria estar mais perto. Precisava ver o inimigo”.

Ao mesmo tempo, no trem lá embaixo, o recém-transferido tenente Gordon, futuro comissário, aproxima-se da metrópole. Ele lamenta: “Talvez seja isso que eu mereça, passar um tempo no inferno. Bárbara está vindo de avião, não me importa o quanto isso custa. Não é bom chegar a Gotham de trem. Num avião, lá em cima, a gente só vê ruas e prédios. A cidade até parece civilizada”.

Pode crer que lembrei dessa historinha quando, na falta de trens, resolvi vir dirigindo de São Paulo para o Rio de Janeiro, para uma temporada jornalística de dois ou três anos.

Complexo da Maré, no Rio - Ricardo Moraes/Reuters

A gente entra na cidade pela Linha Vermelha, e no domingo (9), quando fiz a mudança, tudo parecia civilizado mesmo. Nesta quarta, porém, a mesma via foi fechada por traficantes, motoristas deram marcha a ré, uma mulher morreu com um tiro no peito e cinco pessoas ficaram feridas.

Em frente ao complexo da Maré, policiais se entrincheiraram atrás de viaturas, com as oito faixas da Linha Vermelha no meio. Os carros trafegavam normalmente na zona de fogo cruzado.

Essa descrição de cidade infernal é exatamente o que um paulistano espera do Rio. Espera e encontra.
Por outro lado, as pessoas se mostram mais bem-humoradas do que em São Paulo. Dizem mais bom-dia e mais boa-noite. Parece que sorriem para desconhecidos. 

O inverno é quente; a água do mar é fria. Mal posso acreditar que se vai à praia tipo agora, de tarde. Irei assim que conseguir colocar um ponto final neste texto. Será que abro uma cerveja também? Ponto final.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas