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Jornalista, crítico gastronômico, curador de conteúdo e apresentador do canal de TV Sabor & Arte

Fugir da mala sem alça

Viajar somente com bagagem de mão ajuda a aliviar o perrengue do aeroporto

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O viajante frequente já sabe: um dos maiores perrengues da viagem é a inevitável convivência com o aeroporto. Quando tem escala então... é calvário na partida, na escala, na chegada.

Para mim, uma das formas de driblar, ou amenizar, os transtornos, é reduzir a bagagem.

Os manuais de escrita jornalística ensinam que menos é mais —quanto mais sintético o texto, melhor: vale o mesmo para sua mala. Eu tento reduzi-la a uma bagagem de mão, para levar dentro do avião.

Há um inconveniente: se você tem uma ou mais escalas, terá que arrastar-se com aquela mala entre os voos. Mas fora isso... o resto é só alegria.

Acho que há um limite de dias de viagem que você consegue entuchar numa só mala. No meu caso, de viagens curtas, menos de uma semana, fica mais fácil. Mas há quem consiga viajar um mês (ou mais!) sem malas para despachar. Se são aventureiros que passarão por muitos aeroportos, isso pode ser uma bênção. Se você quiser saber como fazer, e adorar fanáticos unitemáticos (e com um tema tão pouco sexy como este), busque a comunidade do Reddit chamada... onebag, claro.

Menos centrado, quero apenas a praticidade de evitar doses extras de cansaço e estresse no aeroporto. Então me fixo em poucas regras.

Passageira no aeroporto de Congonhas, em São Paulo - Danilo Verpa - 9.mai.23/Folhapress

Não cheguei ainda à perfeição do chef Ferran Adrià. Certa vez fomos juntos de Lima a Nova York. Ele já estava havia alguns dias no Peru, vindo da Espanha, e ficaríamos outro tanto em Nova York. Fiquei surpreso quando, no aeroporto, vi que ele não despachara mala e levava consigo apenas uma maletinha.

Seu segredo: durante os sete dias usava o mesmo paletó e o mesmo sapato. E na maleta havia apenas uma calça e roupa de baixo: no hotel, a cada noite ele colocava a roupa do corpo para lavar, usava a que estava limpa e no dia seguinte repetia o ritual.

Como uso roupas parecidas, até poderia fazer algo do tipo —não fosse o preço (que no dia seguinte conferi) das lavanderias de hotel.

Eliminada essa opção por motivos financeiros, voltei à minha regra básica: leve menos roupa do que acha que precisa. Até hoje, por mais econômico que eu seja, eu sempre volto com roupas que não usei. Então acredite: vai usar menos —então leve menos. No frio, você pode trocar a camiseta suada, mas a camisa... dá pra usar de novo. Não precisa de uma por dia.

Detalhe: uso mala com aquele zíper extensível, que permite, se necessário, aumentar seu espaço na volta. O problema é usar o espaço extra para trazer garrafas... aí tem que despachar mesmo, salvo raríssimas exceções (como o aeroporto de Mendoza).

Ok, você conseguiu não perder tempo em filas para despachar mala nem nas esteiras de bagagem. Isso te dá mais tempo para ficar no aeroporto —atormentado naquele ambiente de zumbis estressados. Ok, se você viaja uma vez por ano, pode ser curioso: no passado, viajante neófito, eu já me encantei pelas lojas, pelos diferentes idiomas ressoando, por pedir cerveja em outra língua.

Mas hoje, em viagens curtas, com o trabalho me esperando logo ali no fim da linha, limitei minha paciência. E considerando que estarei arrastando minha mala pelos corredores, fica ainda menos atraente este tempo de espera.

Passageiros no aeroporto de Congonhas, em São Paulo - Danilo Verpa - 10.out.22/Folhapress

Para amenizá-lo, um truque é tentar concentrar sua milhagem aérea numa só companhia: com isso, ganhando um status superior no programa de pontos, mesmo viajando em classe econômica você poderá ter facilidades, como usar salas vip ou enfrentar menos filas de embarque, mitigando os tempos de espera.

Repito que, numa viagem eventual, todos os perrengues podem parecer uma aventura. Repetir essas rotina várias vezes por ano não: vale a pena reduzir os contratempos.

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