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Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

Descrição de chapéu Copa do Mundo

Brasil jogou como gente grande

Sistema defensivo funcionou bem e ganhar na bola aérea os sérvios só ganharam mesmo uma vez

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Moscou

O time da Sérvia é alto e ameaçava a seleção brasileira com sua bola aérea. Mas o jogo era de futebol, não de basquete, nem de vôlei.

E a bola, como ensinou Gentil Cardoso, filósofo do futebol naquele Rio de Janeiro que precisa voltar a existir, é feita de couro. "O couro vem da vaca, que gosta da grama. Então, põe a bola na grama", explicava.

Pois foi com a bola no chão que Philippe Coutinho mais uma vez fez o papel de maestro do time de Tite com o requinte de um serviço (já que o embate foi contra a Sérvia, façamos a concessão de chamar o passe, o lançamento, de serviço, jamais de assistência, que lembra ambulância) para o elemento surpresa Paulinho fazer belo gol, como nos tempos do Corinthians de Tite.

Se o time nacional já aproveitava bem os espaços deixados pelos sérvios em busca da vitória, com a vantagem no marcador tudo ficaria mais fácil.

Embora a Sérvia tenha conseguido por alguns minutos sufocar a defesa e fazê-la sofrer, a verdade é que o sistema defensivo funcionou bem e ganhar na bola aérea eles só ganharam mesmo uma vez em que Mitrovic, de 1,89 m, sobrou com Fagner, de 1,68 m.

Pior para eles aconteceu no 22º minuto do segundo tempo, quando o feitiço virou contra o feiticeiro e Thiago Silva cabeceou o escanteio cobrado por Neymar para fazer 2 a 0.

Não só não fizeram como ainda, literalmente, por cima, levaram. Neymar jogou feito gente grande, enfim.

Ainda sem estar 100% fisicamente, pensou no time e jogou por todos, numa exibição abaixo do que pode, mas com a atitude que deve ter um atleta que sonhe alto numa Copa do Mundo.

Como sonhavam nossos amigos alemães, únicos que poderiam chegar ao pentacampeonato, já que os italianos não vieram à Rússia.

Certos de que depois do milagre acontecido contra a Suécia não haveria Coreia do Sul que os parasse, eis que os atuais campeões mundiais seguiram a tradição de últimas Copas e como tais caíram na primeira fase, como França, Itália e Espanha em 2002/10/14, além de Brasil, em 1966.

Mas ruim mesmo ficou para nós, jornalistas, entusiasmados que éramos com o trabalho de base feito na Alemanha.

Como explicar tamanho vexame?

Enquanto descobrimos, tratemos do México, o próximo adversário, na segunda-feira, 2 de julho, em Samara.

Os mexicanos têm nos dado trabalho neste século.

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