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Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

Sucessivos fiascos do poderoso Barcelona vão além de crise técnica passageira

Império catalão desmorona e pode culminar na saída de Lionel Messi

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O Barcelona deve 1 bilhão de euros, coisa de 6 bilhões de reais, algo impensável para um clube brasileiro e que preocupa menos, por exemplo, do que a dívida do Corinthians, porque o faturamento dos catalães permite tamanho buraco.

Para tanto, a pandemia contribuiu e contribui em grande medida, além da queda impressionante do time dentro de campo, mesmo ainda com a presença de Lionel Messi, sabe-se lá até quando.

Retrato fiel da crise foi visto na última terça-feira (16), em Camp Nou, pelas oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa, quando o time praticamente se despediu do torneio.

Chegou a dar pena.

Lionel Messi após a derrota do Barcelona para o PSG, pelo jogo de ida das oitavas de final da Champions League - Lluis Gene - 16.fev.21/AFP

Se no ano passado, nas quartas de final, o 8 a 2 do Bayern Munique acendeu todas as luzes vermelhas sobre o futuro catalão, e Messi avisou que estava cansado de carregar o time nas costas, o que aconteceu contra o Paris Saint-Germain deu dó.

Mesmo sem Neymar, para variar machucado antes de jogo importante, o campeão francês sobrou desde o começo da partida na casa do rival, e o empate 1 a 1 do primeiro tempo, gol espanhol de Messi em pênalti acidental, já não exprimia a superioridade parisiense.

O segundo tempo foi massacrante, revelou como o Barça parou no tempo e como o PSG está disposto a repetir a campanha da temporada passada, quando chegou à decisão pau a pau com os alemães da Baviera.

Mbappé deu show, marcou três gols, levou a bola para casa e parece ter assinado o convite a Messi para ir desfrutar os anos finais de sua brilhante carreira na Cidade Luz.

O 4 a 1 não foi tão acachapante como o 8 a 2, embora soe como prenúncio de outra goleada no jogo de volta.

A questão está em entender por que o Barcelona, “Més que un club”, virou mais que um problema, de dificílima solução.

Acusar seu modelo de gestão, clube associativo como os nossos e o Real Madrid, parecerá oportunismo de quem defende a Sociedade Anônima do Futebol.

Obrigatório lembrar que ninguém perde sucessivamente Xavi Hernández, em 2015, Neymar Júnior, em 2017, Andrés Iniesta, em 2018, e Luis Suárez, em 2020, impunemente. Nem, muito menos, Lionel Messi, como tudo indica, neste ano, em busca de um time competitivo.

O derretimento barcelonês impressiona como impressiona a solidez do Bayern Munique, cuja sustentabilidade parece não ser afetada por coisa alguma. E aí não soará como oportunismo lembrar que o clube bávaro é gerido como empresa, garantida maioria a seus sócios.

Em regra, tanto aqui quanto na Catalunha, se diz que a paixão despertada pelo futebol não comporta a frieza da administração empresarial, desculpa esfarrapada para produzir malandros que vivem inescrupulosamente das transações milionárias que envolvem os negócios do futebol.

Tudo indica que o Barça terá de começar tudo de novo para retomar o caminho que fez dele o clube da década passada —cinco vezes campeão da Copa do Rei, seis vezes campeão espanhol, duas vezes campeão europeu e outras duas campeão mundial, em 2011 e 2015, para se somar ao título de 2009.

É verdade que vivemos tempos estranhos com a maldita pandemia capaz de afetar certezas e distribuir insegurança.

No mundo do futebol talvez o Barcelona entre para a história como a potência futebolística que mais sofreu com seus efeitos.

Tomara que tenha a sabedoria para inaugurar uma nova fase de glórias e alegrias.

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