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Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

Libertadores entre finais estaduais explicita estupidez do calendário

As decisões de campeonatos menores atrapalharam as estreias em torneios maiores

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Se fosse preciso mais algum exemplo sobre a estupidez do calendário brasileiro, a última semana a deixaria explícita, nua e crua.

O Flamengo poupou em sua estreia na Libertadores ao enfrentar o Millonarios, em Bogotá, e ficou em paupérrimo empate por 1 a 1 para jogar com tudo contra o Nova Iguaçu, a quem vence por 3 a 0 na decisão carioca.

O Palmeiras fez o mesmo, bem mais radicalmente, ao entrar em campo com reservas para encarar o San Lorenzo, em Buenos Aires, e também ficou no 1 a 1. Porque tem de virar, em casa, sobre o Santos, neste domingo (7), a derrota por 1 a 0 no jogo de ida.

Zagueiro do San Lorenzo, Agustin Giay, e o zagueiro uruguaio do Palmeiras, Joaquin Piquerez, disputam a bola durante a partida de ida da fase de grupos da Copa Libertadores no Estádio Pedro Bidegain, em Buenos Aires - Luis Robayo-3.abr.24/AFP

No segundo tempo, com um misto mais forte, jogou melhor, pôde até vencer, assim como correu risco de ser derrotado.

Com mais motivos ainda, o Grêmio subiu o morro de La Paz para perder de pouco na altitude de 3.600 m e conseguiu: só 2 a 0 para o Strongest, pois a prioridade gremista era o Juventude, com quem empatou 0 a 0 no primeiro jogo da decisão gaúcha.

O Atlético Mineiro não, este foi com o que tinha de melhor para golear o fragílimo Caracas e se deu bem: 4 a 1, na única vitória brasileira em sete jogos da rodada inaugural do torneio continental, tudo para ter reforço moral na final mineira, contra o rival Cruzeiro, com quem está empatando por 2 a 2, depois de vacilar nos primeiros 90 minutos no Terreirão do Galo. Agora o bicho vai pegar entre Raposa e Galo no Mineirão com torcida única e de azul.

Inaugural, continental, moral, final, rival. Haja al, na AL, de América Latina, das veias abertas do gênio Eduardo Galeano, do doidivanas democraticamente eleito Javier Milei, e do ditador Nicolás Maduro.

A vontade de gritar campeão na província atrapalha o primeiro passo em busca da glória internacional.

Não foram os casos dos tricolores Fluminense e São Paulo nem, muito menos, o do Botafogo, sem nada a disputar no fim de semana.

O Fluminense, é fato, com uma penca de desfalques por lesões, ficou no 1 a 1 com o Alianza Lima, no Peru, em jogo ruim, muito ruim.

Já o São Paulo virou hospital ao perder três jogadores importantes machucados no primeiro tempo e ainda acabou vítima da malemolência da estrela colombiana James Rodríguez, o novo Christian Cueva, o peruano que seduziu e irritou os são-paulinos, assim como fez o chileno Jorge Valdivia com os palmeirenses.

James, por enquanto, tem só irritado, e contou com a inestimável colaboração do atrapalhado Thiago Carpini na derrota por 2 a 1 para o bom Talleres, em Córdoba.

O Botafogo caprichou na ruindade ao perder em casa para o Junior Barranquilla por 3 a 1 e ao levar três gols em 40 minutos do primeiro tempo. Trata-se do autêntico campeão da Taça Rio…

Não se sabe se "Bolsotextor", segundo o repórter Rodrigo Mattos, denunciará também a Conmebol, embora motivos não faltem para tanto. Por enquanto, suas acusações lembram as feitas contra as urnas eletrônicas.

O que se sabe é que o Inter foi outro abaixo da crítica na Copa Sul-Americana contra o Belgrano, 11º colocado entre 14 times no Campeonato Argentino, em lamentável 0 a 0, para não falar do Corinthians diante do Racing genérico, no Uruguai, 1 a 1, em jogo de cegar os olhos.

Cruzeiro e Cuiabá foram outros que só empataram, e Athletico, Bragantino e Fortaleza ganharam de ninguém —o que é menos ruim que empatar com ninguém.

Vamos mal.

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