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Restaurante de carnes na brasa Cortés Asador é surpresa boa em shopping

Veja quatro vinhos chilenos que combinam com carne

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Assado de tira com purê de batata rústico do Cortés Asador - Roberto Seba

Shoppings acontecem. Não gosto deles, são a negação das cidades. Renunciam ao enorme gosto que é andar pelas ruas. Sei que vai ter gente argumentando: “Ruas ficaram perigosas!”. Mas não terá sido porque todo mundo as abandonou?

Eu estava em Paris na época dos atentados ao Bataclan em 2015. Para ser exato, estava a 900 metros do local (informação exata do GPS, num apartamento alugado). Foi a pior experiência da minha vida e vou contá-la sempre, como aqueles vovôs que participaram de uma grande batalha e ninguém aguenta mais ouvir o relato.

No dia seguinte, ainda com a tristeza e o medo, o principal crítico gastronômico francês, François Simon, do Le Monde, o guia de restaurantes Le Fooding e vários chefs fizeram uma convocação: “Todos ao bistrô”.

Porque o importante era continuar bebendo na calçada, comendo nas marquises das brasseries e dos cafés, usando a cidade como sempre, no estilo de vida normal dentro do momento completo de anormalidade. Deu certo, foi uma noite bonita: a vitória da taça de vinho e do prazer de comer contra os tiros dos terroristas.

Mesmo assim, depois desta ode à vida urbana em que situação seja, um dia não dá para escapar dos shoppings e de sua impessoalidade —e eu estava com fome.

Fazia tantos anos não ia ao VillaLobos que onde era um supermercado agora está um atraente restaurante de carnes, chamado Cortés. O ambiente é agradável, não tem cheiro de churrasco, fumaça nem barulho, é tranquilo e confortável. Não tenho implicância com cheiro de carne assada, só não gosto de trazê-la comigo na roupa depois de comer. 

Nem sou fã de jantar e ficar dizendo sim e não para um desconhecido com um espeto na mão cheio de picanhas. No fim, em rodízios, acabo não sabendo o que comi. Sou bem cheio de manias, gosto de escolher com calma meu prato e fazê-lo prestando atenção no que estou engolindo, mansamente.

Pedi umas empanadas porque ando no momento empanadas (vou dedicar uma coluna ao tema), boas. Tenho um fraco por cortes argentinos, o chamado vacío (mais ou menos a fraldinha), carne entremeada de gordura que, na parilla, faz do resultado um assado macio e sedoso, além de deliciosas fibras. A farofa de ovos era uma perfeição. 

Já tentei entender o boi em diversos cortes, o simpático e saudoso Marcos Bassi dava explicações detalhadas, mas nunca entendi onde começava o contrafilé e o que equivalia a quê. No Cortés, há fraldinha e vacío. Optei pelo vacío dianteiro, desconfiando que possam ser o mesmo corte e eu não sei. 
Sei comer (e agora inventei uma desculpa para todas as minhas dificuldades, sou canhoto, digo; tem colado bem a explicação e a uso para todas as situações).

Cortés Asador
Onde: Shop. VillaLobos - Av. das Nações Unidas, 4.777,  Jardim Universidade Pinheiros, tel. 3024-4301 
Quando: de seg. a sex., das 12h às 15h15 e das 18h30 às 22h15; sáb., das 12h às 23h15; dom., das 12h às 22h15

 

Vinho e carne

Acabei de chegar de uma longa viagem pelo Chile (pelas vinícolas, é claro) e descobri que os chilenos não só comem carne como são adeptos dos mesmos hábitos que atribuímos aos gaúchos, argentinos e uruguaios: o churrasco em família nos fins de semana. 

Então, para variar de tannats e malbecs, sugiro quatro rótulos chilenos que vão bem com carne. Você espera que eu indique carménère ou cabernet sauvignon —mas o vinho chileno me impactou em outras uvas também, especialmente a syrah. Por isso, estão aí indicados três deles. 

E escolhi um carignan, da Santa Ema, pelos aromas encantadores de flores do campo, mas de sabor delicado, equilibrado e delicioso. A uva syrah chilena está ganhando contornos próprios, resulta em vinhos potentes, mas elegantes. O de Luis Felipe Edwards tem uma fineza que permite beber mais um gole. O Montes Alpha já é clássico e talvez se deva a essa vinícola a insistência em plantar syrah no Chile. E o Leyda Reserva tem a acidez perfeita para enfrentar as gorduras da carne.

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