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Roteirista e escritora, é criadora da série 'As Seguidoras' e trabalha com desenvolvimento de projetos audiovisuais

Um carneirinho, dois carneirinhos

O ano mal começou e já temos mais um motivo para perder o sono

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O ano mal começou e já temos mais um motivo para perder o sono: uma possível terceira guerra mundial.

Quem sai ganhando são os psiquiatras e a indústria farmacêutica, mas se Donald Trump pensa que eu vou torrar meu salário em cápsulas de melatonina por causa de seus caprichos bélicos, está muito enganado.

Prefiro contar as preocupações que saltitam na minha cabeça antes de dormir do que tentar evitá-las.

Entre elas, estão:

Os incêndios na Austrália. Um urso polar que neste exato momento está isolado em um bloco de gelo à deriva no oceano. A cólica das baleias que têm seus estômagos estufados de plástico.

Os argumentos imbatíveis que eu não consegui elaborar ao vivo durante uma discussão, mas que agora se encadeiam de forma tão eloquente que eu poderia gritá-los a plenos pulmões com a cara enfiada na minha fronha azul-bebê.

O gás do banheiro que talvez eu tenha deixado ligado. Ou o duelo entre duas forças igualmente poderosas: a vontade de fazer xixi e a preguiça de levantar. O prazo daquele roteiro, que se aproxima de mim como um círculo de fogo. Meus colegas de trabalho descobrindo que sou uma fraude. O tema da coluna da semana que vem.

A fatura de dezembro do meu cartão de crédito. Uma tempestade solar de grandes proporções que pode ocorrer a qualquer momento e apagar todo o registro magnético da Terra, incluindo dados bancários e os arquivos do meu antigo blog “Luta de Crases” —agora, pensando melhor, não me parece uma catástrofe tão grande assim.

Falando em catástrofes: uma possível reeleição de Jair Bolsonaro. Ou o trauma gerado por aquela foto na qual ele posa sem camisa com parte do seu clã e Fabrício Queiroz em um churrasco. Por que em vez de tentar impedir as investigações contra seu filho Flávio, Bolsonaro não tenta banir essa foto da internet, fazendo um imenso favor ao povo brasileiro? O que pode ser mais perturbador do que ver o Zero Três de sunga vermelha estampado em uma matéria de jornal?

Os documentários de crimes da Netflix que insisto em ver como quem desacelera o carro passando por um acidente na estrada. O mais recente chama-se “Don’t F**k with Cats” e aborda a história de um serial killer de gatinhos e me convenceu de que já passou da hora de cancelar o ser humano.

É uma lista tão extensa que cair no sono antes de terminá-la é inevitável. Experimente você também. Bons sonhos.

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