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Roteirista e escritora, é criadora da série 'As Seguidoras' e trabalha com desenvolvimento de projetos audiovisuais

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Com hino da vacina, MC Fioti fez mais pela saúde do Brasil do que Pazuello e Bolsonaro

O que é mais prejudicial, o quadradinho de oito ou o tratamento precoce com cloroquina e ivermectina?

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Um trecho de “Partita em Lá Menor”, de Johann Sebastian Bach. Batidas de funk. Tubos de ensaio. A célebre naja de Brasília. Um corpo de dançarinos composto por funcionários do Instituto Butantan.

A mistura desses elementos resultou em nada mais nada menos do que um marco da divulgação científica no Brasil.

Ilustração de Silvis para a coluna de Manuela Cantuária de 26 de janeiro de 2021 - Silvis/Folhapress

Sim, estamos falando do clipe de MC Fioti, o funkeiro responsável pelo hino da Coronavac, que está fazendo mais pela saúde do país do que o ministro Pazuello.

O clipe da música “Vacina Butantan – Bum Bum Tam Tam Remix” é uma comprovação irrefutável de que não só a ciência, mas também o funk, é capaz de salvar vidas. A obra apresenta 100% de eficácia em convencer o público de que a vacina contra a Covid-19 criada pelo instituto é saliente.

Saliente, segundo o dicionário, significa algo notável, digno de mérito, fundamental, valioso. No contexto em que estamos inseridos, se a Coronavac não é saliente, não sei mais o que pode ser.

A experiência, por si só, de assistir a técnicos de apoio à pesquisa científica e tecnológica arriscando um passinho aqui e um rebolado acolá já vale o passeio. E se isso não é estar na linha de frente contra a Covid-19, não sei mais o que mais pode ser.

A relevância da versão original da música já era indiscutível. “Bum Bum Tam Tam” foi o primeiro clipe brasileiro a bater 1 bilhão de visualizações, virou hit internacional, questão no Enem, paródia da Orquestra Sinfônica da Bahia, e trilha sonora do meme mais constrangedor da semana, estrelado por Leandro Karnal.

O remix de MC Fioti em homenagem à ciência brasileira contém o antídoto de que precisamos para combater o negacionismo e o discurso antivacina da maior autoridade do país, o presidente Jair Bolsonaro.

Aos moralistas que insistem que o funk é uma péssima influência para os jovens, uma pergunta: o que é mais prejudicial, o quadradinho de oito ou o tratamento precoce com cloroquina e ivermectina?

Estou com a impressão de que este clipe modificou meu DNA. Definitivamente, não sou mais a mesma depois de assistir. Esta nova Manuela que vos escreve acredita que o Brasil tem jeito, sim. Somos maiores do que a incompetência assassina do governo federal.

Obrigada, MC Fioti, e a todos aqueles envolvidos na luta por um país mais consciente —e saliente.

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