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Tratamentos não são itens comuns de consumo

Profissionais da saúde não escondem avanços da medicina nem soluções mais simples para tratar seus pacientes

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O médico Drauzio Varella, tão conhecido, admirado e respeitado que dispensa apresentação, publicou nesta Folha, no dia 7 de setembro último, artigo em que afirmava não aguentar mais propaganda falsa em seu nome.

Esse desabafo serve de advertência: não acredite em propaganda de medicamentos fabulosos, tratamentos mágicos para doenças pretensamente atribuídos a especialistas como o Dr. Drauzio. Remédios não são produtos como roupas, perfumes, chocolates e vinhos para serem escolhidos diretamente consumidor.

Há vários motivos para essa afirmação. Primeiramente, mesmo excelentes e inovadores remédios podem não funcionar com a mesma eficácia para todos os pacientes. Quem decide qual o melhor tratamento, e o prescreve, é o médico ao longo da consulta, considerando não apenas os sintomas da doença, mas também o (a) paciente, sua idade, outras enfermidades, alergias, peso etc.

Cápsulas de remédio - Oleksandr/Adobe Stock

Muitas vezes, o (a) profissional indica diversos exames para corroborar o que foi indicado pela anamnese (entrevista realizada pelo profissional de saúde para diagnosticar uma doença).

É lamentável que sejam promovidos golpes com o uso de fotos e até voz, gerada por inteligência artificial, para enganar milhões de pessoas, sem ação imediata das redes sociais. É óbvio que clínicas e estabelecimentos de saúde sérios fazem divulgação pelas redes, mas não sugerem tratamentos milagrosos. Usam critérios científicos.

Desconfie, acima de tudo, de propagandas disfarçadas que começam com a sentença "o que os médicos não querem contar para você", ou algo semelhante. Profissionais da saúde não escondem avanços da medicina nem soluções bem mais simples que possam contribuir para que o paciente retome sua saúde.

Tanto que, por exemplo, muitos desaconselham o uso de complexos vitamínicos, indicando, em seu lugar, alimentação saudável e variada, com frutas, legumes e verduras. Nesse caso, não se trata de magia, mas de bom senso.

As teorias da conspiração na medicina continuam sendo divulgadas. Quem nunca leu que água com limão cura câncer? Mais recentemente, quando surgiram as primeiras vacinas contra o coronavírus, durante a pandemia, a fim de evitar efeitos mais graves da Covid-19, houve quem acreditasse que seria implantado um chip nos vacinados, para controle das pessoas.

Aliás, esse movimento contra as vacinas é um dos responsáveis pela redução da imunização contra doenças já consideradas erradicadas, como o sarampo. E elas foram erradicadas justamente pela vacinação em massa. Enfim, as redes sociais e os divulgadores de fake news deveriam responder legalmente pelas mentiras sobre a saúde. E nós, consumidores, deveríamos delegar a prescrição de tratamentos aos médicos, sem confiar em postagens de textos e vídeos feitas simplesmente para ganhar dinheiro dos incautos.

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