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Jornalista e roteirista de TV.

Descrição de chapéu Todas guerra israel-hamas

ONU descobre o estupro na guerra

Numa guerra de narrativa, quem mais perde é sempre a mulher

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Quase cinco meses depois do massacre liderado pelo Hamas no dia 7 de outubro, a ONU divulgou nesta segunda (4) um relatório em que afirma ter encontrado indícios de violência sexual em Israel. Disse ainda que reféns levados para Gaza foram estuprados, torturados sexualmente e que há motivos para acreditar que os abusos continuam. Cinco meses.

Não dá para acreditar que a entidade tem alguém que responda sobre "violência sexual em conflito". Pramila Patten, representante especial do secretário-geral da ONU, esteve no final de janeiro com uma equipe em Israel e na Cisjordânia, para, enfim dizer o que já foi dito: mulheres israelenses foram estupradas, algumas depois de mortas. Sim, o Hamas praticou necrofilia.

Os "especialistas" contaram que as vítimas foram encontradas nuas, amarradas, baleadas em várias partes do corpo e apontam um padrão de violência, tortura e abuso. Silêncio, a ONU descobriu que o estupro foi usado como arma de guerra contra judias. A demora em se posicionar com dados confiáveis é mais do que incompetência, tem viés ideológico, e é responsável pelo processo de desumanização tanto de judeus como de palestinos. Enfraquece a discussão sobre a vulnerabilidade feminina nos conflitos, atenua a gravidade da violência sexual.

As conclusões sobre a barbárie sexual só vieram acompanhadas de alegações de palestinos de que houve abuso sexual cometido por colonos e integrantes do exército de Israel. Ou seja, o mesmo peso para evidências e para acusações, que obviamente não podem ser ignoradas, mas que caem em descrédito numa guerra de narrativa, onde quem mais perde é sempre a mulher.

Como bem lembra a jornalista Christina Lamb, autora de "Nosso Corpo, seu Campo de Batalha", quando se discute uma guerra, as vítimas são apenas os mortos e não aqueles que foram "apenas brutalmente violados". Infelizmente, a ONU mostra que ela está certa.

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