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É jornalista e vive em Londres. Cobriu seis Olimpíadas, Copa e Champions. Mestre e professora de jornalismo esportivo na St Mary’s University

Descrição de chapéu tênis Rússia

Wimbledon tem finais inesperadas nos cem anos de sua quadra central

Títulos do tradicional torneio podem ficar com tenista russa e jogador mais polêmico

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Quando os organizadores de Wimbledon anunciaram a exclusão de russos e belarussos desta edição do torneio por causa da invasão da Rússia à Ucrânia, um outro motivo, não oficial, começou a circular. A decisão seria também para evitar que a duquesa de Cambridge entregasse os troféus a atletas desses dois países caso vencessem e que a imagem fosse usada como propaganda política por Vladimir Putin.

No entanto, se assim como na vida no esporte não se controla tudo, é possível que, no ano do centenário da quadra central, Kate Middleton dê os parabéns não só a uma russa mas também ao tenista mais polêmico do circuito.

A final feminina de sábado (9) não terá a número um do mundo, a polonesa Iga Swiatek, nem a campeã de 2019, a romena Simona Halep, mas Elena Rybakina, que nasceu na Rússia e mora em Moscou. Rybakina defende o Cazaquistão há quatro anos e, por isso, pode competir. Vai enfrentar Ons Jabeur, da Tunísia, primeira africana a disputar uma decisão do torneio.

Elena Rybakina nasceu na Rússia e mora em Moscou - Shi Tang - 7.jul.22/Xinhua

É impossível não simpatizar com a atual vice-líder do ranking. Jabeur posta vídeos com torcedores tunisianos em Wimbledon, diz que quer servir de inspiração para mulheres árabes e africanas e, pelo bem que está fazendo ao esporte em seu país, ganhou dos fãs o apelido de "Ministra da Felicidade." Será a primeira final de Grand Slam de ambas, e, independentemente de quem ganhar, haverá uma boa história para contar.

Já o masculino terá no domingo (10) dois especialistas na grama em uma final que até pouco tempo também seria improvável. Novak Djokovic tinha a participação em risco porque não quis se vacinar contra a Covid-19, mas o sérvio pôde entrar na Inglaterra sem quarentena, já que o governo britânico retirou restrições para não imunizados.

Isso virou o menor dos problemas, já que do outro lado da quadra estará Nick Kyrgios, o tenista mais barraqueiro em atividade no planeta. Só nesta edição, bateu boca com árbitros, cuspiu na direção de um torcedor e quebrou o código que obriga tenistas a vestir branco ao usar um boné vermelho em quadra ao fim de uma partida e se justificar dizendo: "Eu faço o que eu quero".

Ao perder na terceira rodada para Kyrgios, o grego Stefanos Tsitsipas desabafou na entrevista coletiva. Com ar frustrado, disse que o australiano –de quem é, ou era, amigo– é uma pessoa cansativa porque está sempre reclamando, faz bullying com os rivais e tem um lado mau dentro dele.

Falou ainda que os atletas deveriam se unir contra ele para que seu comportamento não fosse mais tolerado. Nesta semana, estourou a notícia de que, em agosto, ele irá a julgamento perante a Justiça australiana, acusado de agredir a ex-namorada. Kyrgios enfrentaria Rafael Nadal na semifinal, mas o espanhol lesionou o abdômen e precisou abandonar a competição.

​Djokovic, atual número três do mundo, vai em busca da sétima conquista em Wimbledon e é favorito. Se vencer, chegará a 21 títulos de Grand Slam e se aproximará do recorde de 22 de Nadal. Não deve ter muito apoio da torcida, já que eliminou o britânico Cameron Norrie na semifinal.

Além disso, há quem goste do comportamento, digamos, "excêntrico" de Kyrgios em quadra. Resta saber se o australiano que não gosta de treinar e ocupa a 40ª posição do ranking vai levar a sério a primeira final de simples de Grand Slam da vida dele, se vai preferir ser lembrado por aqui pelo bom tênis que joga, quando quer.

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