O professor da USP Fernando Paixão planeja apresentar cartas inéditas que recebeu de João Antônio em um evento em homenagem ao escritor na Biblioteca Mário de Andrade.

Paixão, que editou o autor quando trabalhou na Ática, recebeu dele um grupo de missivas longas nos anos 1990 —na ocasião, o hoje pesquisador pediu a João Antônio um livro sobre o ofício literário.

Em uma delas, bem típica de sua personalidade, o escritor reclama das panelinhas literárias. “A vontade me vem de mandá-los tomar num lugar onde o sol não bate; ou lamber sabão; ou pentear macacos ou passar sal na bunda. E, pelo caminho, aproveitando a passagem, irem à merda”, escreve. Na mesma, encaminha um texto no qual estava trabalhando.

O evento sobre a obra do autor acontece neste sábado (23), a partir de 10h, com organização de Renata Moraes e Dinah Lima. O editor Jiro Takahashi deve apresentar um depoimento sobre o seu convívio com o autor —e, como se trata de João Antônio, deve falar também dos bares por onde passaram. Haverá uma pequena exposição com documentos guardados pela família do autor.

FALTOU GENTE Estava marcada pera esta sexta-feira (22) a primeira assembleia de credores da Livraria Cultura. Mas não houve quórum necessário para votar o plano de recuperação judicial da empresa. 

RÚSSIA A Kalinka lança em breve mais um livro de Serguei Dovlátov, “O Compromisso”. A obra descreve a experiência do autor no jornalismo, numa publicação chamada Estônia Soviética. As histórias, 12 no total, misturam realidade e ficção.

RÚSSIA 2 Já a Boitempo lança em abril “A Véspera”, de Ivan Turguêniev. A tradução é de  Ekaterina Volkova e Paula Vaz de Almeida.

LONDRES A Record comprou, na Feira de Londres, os direitos do livro “The Paris Library”, romance de Janet Skeslien Charles. A obra é inspirada nas histórias de bibliotecários parisienses durante a Segunda Guerra.

DEPOIS DA AIA Continua a busca por livros que dialoguem com “O Conto da Aia”, de Margaret Atwood, e repitam seu sucesso. A Globo Livros comprou, em leilão, os direitos de “The Grace Year”, de Kim Liggett. Nessa distopia, uma sociedade acredita que as garotas têm poderes malignos e as bane para que possam depois voltar purificadas e prontas para casar. Nesse exílio, claro, elas precisam lutar pela vida.