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Coluna editada por Maurício Meireles, repórter da Ilustrada.

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Saraiva diz que não vai conseguir pagar plano de recuperação judicial

Rede de livrarias culpa coronavírus e pede à Justiça prazo de três meses para apresentar nova proposta a credores

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São Paulo

Diante da crise provocada pelo coronavírus, que levou ao fechamento de suas 75 lojas, a Saraiva diz que não vai ter como fazer os pagamentos aos credores como havia combinado em seu plano de recuperação judicial, aprovado no meio do ano passado.

Em petição juntada ao processo, que corre na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, a rede de livrarias pede à Justiça 90 dias para apresentar um novo plano, além de mais 180 dias para a realização de uma assembleia de credores, na qual eles votariam por aprovar a proposta ou não.

Esse prazo seria necessário para descobrir “os verdadeiros efeitos da crise, assim como a velocidade de retomada e o futuro do mercado no país e no setor varejista”. A empresa também pede que seja suspensa a execução de dívidas.

A rede argumenta que as lojas fechadas representavam 89% da sua receita —e as vendas online, portanto, 11% dela. Segundo previsão que apresentou à Justiça, a Saraiva deve ter prejuízo de R$ 10 milhões agora em abril, mas o caixa negativo chegará a R$ 60 milhões em junho, caso o fechamento do varejo se estenda até lá.

Antes de decidir, o juiz determinou à administradora judicial que verifique se o acordo inicial vinha sendo cumprido pela Saraiva e se um eventual descumprimento pode ser justificado exclusivamente pela pandemia do coronavírus.

RETORNO Com a crise, a Sextante viu um crescimento de 100% nas vendas de seus livros de colorir —não chega a ser comercialmente relevante para uma editora que trabalha com grandes tiragens, mas sugere quais os interesses dos leitores em quarentena.

FIQUE RICO Ao mesmo tempo, a casa nota outro fenômeno: enquanto a economia derrete, crescem as vendas de livros sobre finanças pessoais. Até a conclusão desta edição, por exemplo, o livro mais vendido na Amazon era “O Jeito Warren Buffett de Investir” (Benvirá), mas há outros como “Do Mil ao Milhão Sem Cortar o Cafezinho” (HarperCollins), de Thiago Nigro.

BAÚ Marcos Pereira, um dos sócios da casa, diz que o momento é de ser criativo e buscar no catálogo títulos que tenham relevância para o momento —o que seria, naturalmente, mais barato do que investir em novos lançamentos no meio de uma crise. “Temos que ver o que temos de ativo no estoque que pode ser transformado rápido em dinheiro”, diz.

MERCADO A Rocco, por sua vez, quer investir nas vendas por marketplace (quando se tem um canal próprio dentro de lojas online). Ainda que, é claro, não compense o fechamento do varejo físico, a editora viu as vendas nessa modalidade triplicarem desde que a crise começou.

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