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Antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é autora de "A Invenção de uma Bela Velhice"

Filhos autoritários podem afetar a vida de pais idosos

Tentativas de controle vão desde vida amorosa até finanças

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Homens e mulheres se queixam dos comportamentos autoritários dos filhos, que não respeitam os mais velhos e fazem com que eles se sintam incapazes, impotentes e invisíveis. Reclamam que os filhos acham que têm o direito de cercear a liberdade de pessoas ativas, saudáveis e lúcidas.

Um advogado de 83 anos disse que o filho quer controlar sua vida amorosa.

“Ele ameaça me interditar, diz que estou esclerosado. Acusa minha namorada de ter dado o golpe do baú. Está com inveja, porque ela é mais jovem e bonita do que a esposa dele. É um absurdo achar que trabalhei como uma mula a vida inteira para deixar tudo de herança para ele. É um parasita. Vou aproveitar muito bem o tempo que me resta. É ignorância, desrespeito e preconceito achar que não posso mais decidir o que é melhor para mim.”

Atriz idosa diz que o melhor para saúde física e mental é continuar sendo livre e independente - Rouelle Umali/Xinhua

Uma atriz de 79 anos não aguenta mais “a filha mandona”.

“Ela contratou uma cuidadora, não me deixa sair sozinha, quer que eu vá morar com ela. Quer controlar até a minha aposentadoria. Não para de me atormentar com conselhos do tipo: ‘Você não pode mais usar biquíni, parece uma velha ridícula’; ‘Não pode mais sair para dançar, é muito perigoso’, ‘Não pode mais beber, não pode comer besteira’. Me deu um celular para poder me vigiar o tempo todo: é só eu sair de casa que começa a ligar de 5 em 5 minutos. Está sempre controlando onde vou, com quem estou. Nunca me escuta, nem pergunta o que eu quero, só me dá ordens sobre o que posso e não posso fazer. Com o pretexto de que está cuidando de mim, está querendo me aprisionar, implantando uma ditadura fascista dentro de casa.”

Ela conclui: “Tenho vontade de gritar: ‘Não sou uma velhinha gagá. Você não tem o direito de decidir como devo viver. Você não manda em mim!’. Como ela não percebe que o mais importante para a minha saúde física e mental é continuar sendo livre e independente, como sempre fui?”

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