Mônica Bergamo é jornalista e colunista.
Secretária do Audiovisual é exonerada e sai escoltada de prédio
Katiane Gouvêa foi nomeada para o cargo no fim de novembro, substituindo Ricardo Rihan no posto
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A secretária do Audiovisual do governo federal, Katiane Gouvêa, será exonerada do cargo. Ela se reuniu no começo da manhã de quarta (11) com sua equipe e se despediu. A informação foi confirmada em nota pela Secretaria Especial de Cultura. A decisão ainda não foi publicada em Diário Oficial.
Segundo a Folha apurou, a decisão foi tomada em caráter emergencial e há um clima de tensão na Secretaria Especial de Cultura para inclusive rever atos e procedimentos de Katiane. De acordo com relatos de servidores da secretaria do Audiovisual, Katiane foi escoltada por seguranças para deixar o prédio da secretaria de Cultura, onde fica a pasta do audiovisual.
Em nota, a pasta afirma que o secretário de Cultura, Roberto Alvim decidiu exonerar Katiane "ao tomar conhecimento de que ocorreram fatos em sua campanha eleitoral que, supostamente, podem configurar irregularidade. Até que esses fatos sejam devidamente esclarecidos pela autoridade competente, o Secretário decidiu por bem, em nome da lisura da coisa pública, afastá-la de suas funções de imediato".
Ela foi nomeada para o cargo no fim de novembro, substituindo Ricardo Rihan no posto.
Em nota enviada à coluna, Katiane diz que "se eu tivesse cometido alguma irregularidade, meu nome não teria passado pelo crivo da Casa Civil, que analisa a vida pregressa dos postulantes ao governo. Estou sendo retirada da secretaria de Audiovisual simplesmente por não concordar com a gestão do Alvim".
Seu nome é associado a um documento que, meses atrás, fez o presidente cogitar extinguir a Ancine (Agência Nacional de Cinema). Bolsonaro recebeu um relatório de projetos aprovados pela agência que considerou absurdos, como “Born to Fashion”, um reality que se propõe a revelar modelos trans.
O texto, endossado por Gouvêa e assinado pelo conservador Movimento Brasil 2100, também escracha a autorização para captar recursos para uma nova temporada de série sobre a ex-prostituta Bruna Surfistinha e produções sobre a preservação da Amazônia.
A demissão de Gouvêa ocorre na mesma semana da decisão da Ancine (Agência Nacional do Cinema) de cancelar a exibição do filme "A Vida Invisível", de Karim Aïnouz, para os seus funcionários.
Segundo um dos servidores da agência, a justificativa da direção da Ancine para o cancelamento foi que um projetor da sala de exibição estava quebrado. Procurada, a Ancine, via assessoria de imprensa, disse que não iria comentar sobre o assunto no momento.
A Aspac (Associação dos Servidores Públicos da Ancine) chegou a enviar um ofício à diretoria da agência questionando o cancelamento da exibição. No documento, eles também pediram esclarecimentos sobre a retirada de cartazes de filmes nacionais das áreas comuns da sede da instituição no Rio de Janeiro.
No documento, a Aspac solicita esclarecimentos do cancelamento e afirma que tem conhecimento "de que todos os equipamentos do auditório estão em perfeitas condições de funcionamento".
Como resposta, servidores organizaram a exibição gratuita do longa na Cinelândia, no Rio de Janeiro, seguida de debate com o produtor do filme, Rodrigo Teixeira, e o ator Gregorio Duvivier, que integra o elenco.
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