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Ataque de pastor e youtubers contra enredo de Exu da Grande Rio será alvo de ação

Babalorixá e advogado vão pedir que YouTube exclua vídeos com conteúdo de intolerância religiosa; eles ainda entrarão com uma representação criminal

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O babalorixá Sidnei Nogueira e o advogado e ex-secretário de Justiça e Defesa da Cidadania de São Paulo Hédio Silva Júnior vão enviar uma notificação extrajudicial para o YouTube pedindo que a plataforma retire conteúdo de intolerância religiosa relacionado com a escola de samba Acadêmicos do Grande Rio.

A campeã do Carnaval carioca apresentou um enredo sobre Exu em seu desfile. Em um documento, eles listam canais e vídeos da rede social que falam em "batalha espiritual" contra demônios e acusam a escola de colocar "pessoas sendo possuídas" no desfile.

Desfile da escola de samba Acadêmicos do Grande Rio, campeã do Carnaval carioca que apresentou um enredo sobre Exu em seu desfile - Thiago Lara/Riotur

A ideia é enviar a notificação em 13 de maio, Dia da Abolição da Escravatura. Eles também vão entrar com uma representação criminal contra os autores dos conteúdos. "Essas postagens veiculam discursos de ódio religioso e de racismo religioso que incitam e induzem os brasileiros a agredirem as religiões afro-brasileiras e seus adeptos", afirma Hédio Silva Júnior.

Um dos vídeos citados é do cantor de música gospel Rafael Bitencourt, que tem 700 mil inscritos em seu canal na plataforma. No vídeo "POSSUÍDOS! Carnaval e a verdade que não te contaram! Batalha espiritual!", ele afirma que a escola de samba "colocou pessoas manifestando demônios, ficando possuídas" e "Jesus humilhado pelo diabo" no desfile.

O conteúdo já tem mais de 436 mil visualizações. Bittencourt também acumula mais de 197 mil seguidores no Instagram, entre eles o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Bitencourt ministra cursos online sobre "a volta de Jesus", a "chegada da nova ordem mundial" e sobre "como se defender legalmente se alguém te obriga a apresentar um passaporte [de vacinação]".

Outro canal denunciado é do pastor Rodrigo Mocellin, da igreja evangélica Resgatar Guaratinguetá, que tem 328 mil inscritos. No vídeo "Carnaval 2022: EXU é descrito como bonzinho", ele diz que "Carnaval é uma coisa demoníaca, é maligno" e "só não enxerga quem não quer ver".

E depois segue: "melhor retratar o Carnaval, essa festa de horrores [...] por meio de Exu. Cristo não tem nada a ver com alcoolismo, adultério, destruição de famílias, acidentes de trânsito". O vídeo já foi visualizado mais de 229 mil vezes.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), assim como seu irmão Flávio, também segue o pastor no Instagram.

Em mensagem enviada à coluna, Mocellin afirma que "não há intolerância religiosa" nos seus vídeos, mas "um debate de ideias". "Quando alguém coloca um travesti numa cruz é liberdade de expressão, quando expomos nossa opinião sobre religiões africanas é discurso de ódio. Esse é o mundo atual em que somente nós, cristãos, não possuímos liberdade de expressão."

Bitencourt diz que a Constituição "garante a liberdade de culto, opinião e crítica".


SOBRE O PALCO

O cônsul-geral da Espanha em São Paulo, Miguel Gómez de Aranda y Villén, e a diretora-executiva da empresa Sustenidos, que administra o Theatro Municipal de São Paulo, Alessandra Costa,
compareceram à estreia da ópera "Café", no Municipal, realizada na terça (3), na capital paulista. Baseado em libreto de Mário de Andrade, o espetáculo tem direção de Sérgio de Carvalho e conta com a participação do Coletivo Nacional de Cultura do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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