Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

Fernando Henrique Cardoso assina manifesto pela democracia

Documento, que já tem 759 mil signatários, foi apoiado pela também ex-presidente Dilma Rousseff (PT)

Já é assinante? Faça seu login

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Erramos

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) assinou o manifesto "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito", que será lançado na Faculdade de Direito da USP, em São Paulo, no dia 11 de agosto.

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e os pré-candidatos à Presidência nas eleições deste ano Simone Tebet (MDB), Felipe d'Ávila (Novo) e Ciro Gomes (PDT) também apoiaram o movimento, assim como o ex-prefeito e pré-candidato do PT ao Governo de São Paulo, Fernando Haddad. Até a tarde desta sexta-feira (5), o documento reunia 759 mil assinaturas.

Organizado por ex-alunos do curso de direito da USP, o manifesto é uma iniciativa suprapartidária que não menciona o nome de Jair Bolsonaro (PL) —embora seja considerado uma resposta às ameaças golpistas do presidente.

O texto foi concebido com expressões moderadas para atrair o maior número possível de signatários, evitando termos que soassem radicais, divisivos, pró-PT, anti-Bolsonaro ou de qualquer forma partidário.

Falas contrárias à democracia não são raras no discurso de Bolsonaro como presidente. Em fevereiro de 2021, durante uma formatura de cadetes em Campinas (SP), ele afirmou: Se tudo tivesse que depender de mim, não seria este o regime que nós estaríamos vivendo. Folhapress/Gabriela Biló

Declarações com esse teor vêm desde os anos 1990, quando Bolsonaro, ainda deputado, disse não acreditar em solução para o país por meio do voto e defendeu a morte de 30 mil, incluindo civis e o então presidente FHC, em uma guerra civil: Se vai morrer alguns inocentes, tudo bem, tudo quanto é guerra morre inocente. Folhapress/Danilo Verpa

Não há menor dúvida, daria golpe no mesmo dia! E tenho certeza de que pelo menos 90% da população ia fazer festa, ia bater palma, porque [o Congresso] não funciona, disse Bolsonaro numa entrevista em 1999; entusiasta da ditadura, ele participou de atos antidemocráticos que defendiam intervenção militar em 2020. Folhapress/Pedro Ladeira

Neste ano, na véspera dos 58 anos do regime militar, o presidente afirmou no Palácio do Planalto: [Na ditadura] todos aqui tinham direito, deputado Daniel Silveira, de ir e vir, e sair do Brasil, trabalhar, constituir família, de estudar; contrariando ordem do STF, Silveira (parlamentar bolsonarista), participava do evento sem tornozeleira eletrônica. Folhapress/Antonio Molina

O tom antidemocrático se estende ao discurso sobre o pleito de 2022. Em maio deste ano, Bolsonaro disse a empresários: "Podemos ter umas eleições conturbadas. Imagine acabarmos as eleições e pairar, para um lado ou pro outro, a suspeição de que elas não foram limpas?". Folhapress/Rubens Cavallari

"Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições", declarou a apoiadores em julho de 2021, em frente ao Palácio da Alvorada; o discurso golpista se intensificou com ataques às urnas eletrônicas e defesa do voto impresso, barrado pela Câmara. Folhapress/Danilo Verpa

"Se nós não tivermos o voto impresso em 22, uma maneira de auditar o voto, nós vamos ter problema pior que os Estados Unidos", disse Bolsonaro a apoiadores no dia seguinte à invasão do Congresso americano, em janeiro de 2021. AFP/Evaristo Sá

Em ataque neste ano, Bolsonaro disse que uma empresa contratada pelo PL, seu atual partido, fará auditoria nas eleições de 2022; o presidente ameaçou o TSE ao afirmar que os resultados podem complicar a corte se constatarem que é impossível auditar o processo. AFP/Evaristo Sá

A fraude está no TSE, para não ter dúvida. Isso foi feito em 2014, acusou o presidente, de forma infundada, em julho de 2021; na ocasião, Bolsonaro chamou o então presidente do TSE, o ministro Luís Roberto Barroso, de idiota e imbecil. Reuters/Adriano Machado

Após pesquisa Datafolha mostrar vantagem de Lula no pleito de 2022, o presidente atacou Edson Fachin, presidente do TSE, e disse que o ministro quer eleger o petista: "A gente sabe a vida pregressa dele [Fachin]. Foi militante de esquerda, advogado do MST". AFP/Sergio Lima

Ataques aos ministros do TSE fazem parte da campanha de Bolsonaro contra o processo eleitoral: "Temos três ministros que infernizam não só o presidente, mas o Brasil: Fachin, Barroso e Alexandre de Moraes. Esse último é o mais ativo e se comporta como o líder de partido de esquerda e de oposição". Folhapress/Danilo Verpa

55% da população se preocupam com a possibilidade de Bolsonaro tentar invalidar as eleições, segundo a pesquisa Datafolha mais recente, divulgada em 28 de maio de 2022; a percepção geral colhida no levantamento é de que o presidente agirá para desestabilizar o pleito. AFP/Andre Borges

O documento ainda reuniu a assinatura de ex-ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), políticos, empresários, artistas e várias outras personalidades.

Entre os signatários estão o economista e ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga, o ex-presidente do Itaú Candido Botelho Bracher, o apresentador Luciano Huck e o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB), além de banqueiros como Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles.

À MESA

O advogado e pré-candidato a deputado federal Augusto Arruda Botelho, o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) e advogado José Luis Oliveira Lima, o Juca. Zanone Fraissat/Folhapress/

A advogada criminalista Dora Cavalcanti. Zanone Fraissat/Folhapress/

A advogada Lazara Carvalho. Zanone Fraissat/Folhapress/

O advogado Bruno Salles. Zanone Fraissat/Folhapress/

O advogado Aloísio Lacerda Medeiros. Zanone Fraissat/Folhapress/

O advogado Geraldo Agosti. Zanone Fraissat/Folhapress/

O ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB). Zanone Fraissat/Folhapress/

A advogada Viviane Girardi, primeira mulher a presidir a AASP (Associação dos Advogados de São Paulo). Zanone Fraissat/Folhapress/

O advogado Fábio Tofic Simantob. Zanone Fraissat/Folhapress/

Os advogados Geraldo Agosti e Jose Rogerio Tucci. Zanone Fraissat/Folhapress/

O advogado e pré-candidato a deputado federal Augusto Arruda Botelho. Zanone Fraissat/Folhapress/

O advogado José Luis Oliveira Lima, o Juca. Zanone Fraissat/Folhapress/

O advogado Eduardo Pizarro Carnelós. Zanone Fraissat/Folhapress/

O advogado Marcelo Martins de Oliveira. Zanone Fraissat/Folhapress/

Os advogados Maira Salomi e Leonardo Furtado. Zanone Fraissat/Folhapress/

Os advogados Marco Aurélio de Carvalho e Augusto Arruda Botelho. Zanone Fraissat/Folhapress/

O advogado e pré-candidato a deputado federal pelo PSB Augusto Arruda Botelho recebeu convidados como o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) e o advogado José Luis Oliveira Lima, o Juca, em um jantar em sua homenagem na noite de quinta-feira (4), em São Paulo. As advogadas Dora Cavalcanti e Lazara Carvalho estiveram lá.

_{com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH}

5.ago.2022 às 15h09

Fernando Haddad (PT) é pré-candidato ao Governo de São Paulo nas eleições deste ano, não à Presidência. O texto foi corrigido.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas

Principais do dia

Mercosul

Itaipu tem a energia mais cara das grandes hidrelétricas, aponta estudo

Gasto bilionário com projetos socioambientais e excesso de pessoal, que limitam redução da conta de luz, estão entre as razões da disparidade

28.abr.2024 às 23h01

Congresso Nacional

Relatório da CGU aponta benefício ilegal a ministro de Lula e desvio em obra da Codevasf

Segundo órgão, Juscelino Filho indicou emenda, quando deputado, para pavimentação de estrada que beneficia sua família; defesa afirma que via conecta 11 povoados

28.abr.2024 às 23h00

Folhajus

Falta de transparência marca viagem de ministros do STF e PGR a Europa

Gilmar Mendes e Dias Toffoli, além de Paulo Gonet, participam de fóruns em Londres e Madri

28.abr.2024 às 23h00