Mônica Bergamo é jornalista e colunista.
Governo Bolsonaro desengaveta pedido de anistia de mulher que diz ter sido amante de ex-presidente Figueiredo
Edine Sousa Correira foi demitida do extinto SNI e alega perseguição política; caso estava parado há quase 20 anos
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O governo Jair Bolsonaro vai analisar um pedido de reconsideração de anistia de uma ex-servidora federal que diz ter sido amante do ex-presidente militar João Baptista Figueiredo. O recurso estava parado desde 2004 e agora, quase 20 anos depois, será revisto.
PARADO NO TEMPO
Bolsonaro é um defensor entusiasmado da ditadura militar (1964-1985).
FICHA
O caso tramita na Comissão de Anistia do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Edine Sousa Correira foi demitida do extinto SNI (Serviço Nacional de Informações) em 1986, quando José Sarney assumiu a Presidência após a ditadura.
ALVO
Na solicitação enviada à Comissão, a ex-servidora, que hoje tem 66 anos, diz ter sido vítima de perseguição política devido ao seu romance com o general, que era casado com Dulce Figueiredo. O militar não tinha uma boa relação com Sarney —e não quis passar a faixa para o sucessor. Edine pede uma indenização.
BARRADO
Em 2004, o caso foi negado por falta de provas. A defesa de Edine entrou com recurso, que nunca foi analisado.
DE VOLTA
A pasta diz que o caso foi "erroneamente arquivado" e que os documentos ficaram esquecidos nas caixas do acervo do ministério —em 2004, a tramitação do processo era feita de forma física.
DE VOLTA 2
"Uma vez detectada a pendência, esta pasta adotou todas as medidas para que o pleito seja devidamente apreciado", diz o ministério. O caso já está com a ministra Cristiane Britto para ser analisado. A comissão tem caráter consultivo, e a decisão final sobre a concessão do benefício cabe a ela.
FILA
Criada para reparar vítimas e responsabilizar agentes da ditadura, a comissão já recebeu mais de 79 mil pedidos de indenização. Deste total, 74 mil foram arquivados e 4.006 aguardam análise.
FILA 2
Neste ano, um pedido da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi negado. Ela buscava reparação pelo tempo em que foi presa e torturada. O ministério foi acusado de paralisar e negar pedidos em massa no governo Bolsonaro.
ENTRE NÓS
Maria Bethânia e Zeca Pagodinho farão um número especial na edição deste ano do Criança Esperança (TV Globo), que vai ao ar no próximo dia 15. Os cantores escolheram para a atração a música "Sonho Meu", de Dona Ivone Lara.
As gravações foram realizadas na quarta-feira (3) passada, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. "Sendo com ela é mais fácil eu vir, não é? Com Bethânia fica bem melhor!", brincou Zeca sobre a parceria.
Realizado pela Globo e pela Unesco, o programa chega à sua 37ª edição com direção artística de Antonia Prado, direção executiva de Rafael Dragaud e direção de gênero de Mariano Boni.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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