Mônica Bergamo é jornalista e colunista.
Mercadante vai se reunir com empresários e banqueiros para aparar arestas
Lula diz que ele é vítima de perseguição
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O novo presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social), Aloizio Mercadante, se reunirá com os principais empresários e banqueiros do país na próxima quarta-feira (21), em São Paulo.
A ideia é que o petista possa aparar arestas com o mercado, que recebeu mal a indicação de seu nome para a instituição.
O encontro será realizado pelo grupo Esfera Brasil, que promove reuniões entre representantes dos setores público e privado. Devem participar o banqueiro André Esteves, do BTG, Benjamin Steinbruch, da CSN, Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco, e Rubens Ometto, da Cosan.
Mercadante foi indicado ao cargo pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A escolha é criticada por setores do mercado financeiro e até mesmo entre economistas e políticos aliados. Na terça (13), a Bolsa de Valores caiu 1,71% depois de seu nome ser anunciado.
Para investidores, a nomeação de Mercadante sinalizaria uma política econômica mais desenvolvimentista do governo eleito, com possível expansão do gasto público para impulsionar o crescimento.
Após a repercussão, Lula saiu em defesa do ex-ministro. Em conversas com aliados, o presidente eleito disse que ele está sendo "perseguido" e que "estão colocando na conta do Mercadante" coisas que não são da responsabilidade do economista, como a mudança na lei das estatais.
Nesta semana , a Câmara dos Deputados aprovou uma alteração que reduz para 30 dias a quarentena necessária para que políticos sejam indicados a cargos de presidente e diretor de empresas públicas. Hoje, a norma veta por três anos a nomeação de quem participou da estrutura decisória de partidos ou trabalhou em campanhas eleitorais.
Tanto a indicação de Mercadante quanto a ação rápida do Congresso, que beneficia o ex-ministro, desagradaram agentes do mercado. A proposta ainda precisa ser votada no Senado.
No entendimento de Lula, no entanto, o futuro presidente do BNDES poderia assumir o comando do banco sem a mudança na regra, já que não ocupava cargo na direção do PT.
Lula aceita as análises de que Mercadante foi inábil e cometeu equívocos no período em que foi ministro de Dilma Rousseff (PT), comandando em sequência as pastas de Ciência e Tecnologia, Educação e Casa Civil, e sendo considerado homem forte do governo dela.
Mas diz que ele "mudou" e que agora mostra uma habilidade muito maior para exercer o poder em postos-chave do governo, como o BNDES.
Mercadante se afastou de Lula já no primeiro mandato de Dilma Rousseff, que assumiu a Presidência em 2011.
Na disputa de bastidores entre os que defendiam que ela concorresse à reeleição e os que preferiam a volta de Lula, o economista ficou do lado da então presidente.
Depois que Lula saiu da prisão, no entanto, os dois se reaproximaram.
Mercadante preside a Fundação Perseu Abramo, vinculada ao PT, e nesta condição coordenou a formulação do programa de governo de Lula.
No futuro governo, o BNDES estará sob responsabilidade do recriado Ministério da Indústria e Comércio, que vai se tornar uma pasta poderosa e cobiçada por aliados. O ministério também deve herdar questões relacionadas ao planejamento futuro, que normalmente ficariam a cargo do também recriado Ministério do Planejamento, que ficará mais desidratado.
Haverá, ainda, o Ministério da Fazenda, que será ocupado por Fernando Haddad (PT).
É PIQUE
O cantor Tuia e a cantora Claudette Soares prestigiaram o aniversário de 45 anos da produtora cultural Kuarup, na semana passada. O empresário Alcides Ferreira, sócio-proprietário da Kuarup, recebeu os convidados na sede da produtora, em Pinheiros, na capital paulista.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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