Mais de 200 organizações da sociedade civil reunidas em torno da coalizão Pacto pela Democracia lançarão nesta quinta-feira (3) uma campanha para pressionar partidos e parlamentares a votarem contra a PEC da Anistia. Batizada como "#DeixaTodasJogarem", a mobilização terá como estratégia o envio massivo de emails a deputados envolvidos na apreciação da pauta, a fim de convencê-los a barrá-la.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) estabelece a maior anistia da história a partidos políticos e é apoiada por quase todas as siglas. Aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, ela agora será analisada em uma comissão especial. A etapa é a última antes da apreciação em plenário.

Seu texto proíbe qualquer punição a ilegalidades eleitorais cometidas até a sua promulgação, incluindo o desrespeito ao repasse mínimo de verbas a mulheres e negros nas eleições.

Para o Pacto pela Democracia, a PEC traz retrocessos para o sistema democrático e institucionaliza as desigualdades na política. Por meio da campanha "#DeixaTodasJogarem", a articulação buscará mobilizar a opinião pública para que se questione o apoio dado por parlamentares à proposta.

Aqueles que aderirem à mobilização poderão enviar mensagens pré-formuladas ao presidente da comissão especial, deputado Diego Coronel (PSD-BA), ao relator, Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP), e a líderes de partidos por meio de um site, que disparará os textos para seus respectivos emails.

A iniciativa reúne organizações como Movimento Mulheres Negras Decidem, Oxfam Brasil, Transparência Brasil, Frente Nacional de Mulheres na Política, Elas No Poder e Transparência Eleitoral Brasil.

Uma PEC precisa do apoio mínimo de 60% dos parlamentares (308 de 513 na Câmara e 49 de 81 no Senado), em dois turnos de votação em cada Casa, para ser aprovada. Caso isso ocorra, ela é promulgada e passa a valer, não havendo possibilidade de veto do poder Executivo.

TELONA

A atriz Isis Valverde posa caracterizada como Ângela Diniz no filme "Angela", que estreia nos cinemas no dia 31 de agosto. Com direção de Hugo Prata, o longa aborda os últimos meses de vida da socialite que foi morta a tiros em 1976 pelo namorado, Doca Street. Em um primeiro julgamento, em 1979, ele saiu do tribunal ovacionado por fãs. Foi só em 1981, que um novo júri acabou por condená-lo. Declarado culpado, recebeu pena de 15 anos de prisão.

"Espero que com o filme mais e mais pessoas abram os olhos para essa questão do feminicídio e para a importância de entendermos a mulher sempre como alguém independente, dona de si, e não um objeto de alguém", diz a atriz.

_{com BIANKA VIEIRA (interina), KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH}