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Defensoria de SP recebe novo caso de suposta violência contra mulheres que buscam aborto legal

Vítima de violência sexual relata ter sido humilhada e levada a buscar atendimento em outra unidade de saúde após recusa de procedimento

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A Defensoria Pública do estado de São Paulo recebeu mais um caso de suposta violência praticada contra mulheres que buscaram o serviço de aborto legal no Hospital da Mulher, na capital paulista.

Uma vítima de violência sexual relata ter sido humilhada por funcionários da instituição e levada a buscar atendimento em outra unidade de saúde após ter tido o acesso ao procedimento negado.

A vítima foi ao hospital gerido pelo Governo de São Paulo pela primeira vez em 22 de dezembro de 2023. Lá, realizou exames de sangue, ultrassom e foi encaminhada para retornar para consulta com psicólogo, assistente social e ginecologista.

Ato pela descriminalização do aborto na avenida Paulista, em São Paulo - Bruno Santos - 28.set.2023/Folhapress

A mulher estava com uma gestação de cinco semanas. Na data do atendimento, a médica informou que entraria de férias e que a paciente teria que seguir o processo com outro profissional.

Quando retornou para a nova consulta, no dia 3 de janeiro, o médico informou-a que não iriam aceitar o seu caso porque o que havia acontecido não era classificado como violência sexual.

A vítima narra à coluna que foi violada pelo ex-companheiro enquanto dormia. Na época, ela fazia uso de remédios para dormir que a deixavam sonolenta. O ato teria ocorrido sem seu consentimento, e ela engravidou.

"Ele [médico] fez piadas durante o atendimento, me colocou em situações desconfortáveis falando que eu teria que me responsabilizar. Saí do consultório bem chateada, foi muito difícil", diz.

Depois da negativa, ela buscou a Defensoria, que encaminhou-a para o Hospital Fernando Mauro Pires Da Rocha, no Campo Limpo, gerido pela prefeitura.

Ela foi atendida em 10 de janeiro e, dois dias depois, realizou o procedimento após passar com equipe multidisciplinar. "Conversaram comigo, perguntaram o que aconteceu, foi um processo bem bacana porque eu realmente senti que eles se importavam [com a situação]", narra.

"Quando busquei atendimento, na primeira vez, eu já estava com cinco semanas. Foi bem difícil, porque foi um período bem extenso de espera", afirma. Após realizar o aborto legal, ela conta que colocou DIU (dispositivo intrauterino) e atualmente realiza acompanhamento psicológico.

Procurada, a Secretaria estadual da Saúde afirma que irá apurar a denúncia feita e afirma que todo procedimento de aborto legal é "acompanhado por equipe médica interdisciplinar e cumpre os requisitos da legislação vigente".

"Somente em 2023 o Hospital da Mulher realizou mais de 350 procedimentos deste tipo, não tendo registrado nenhuma reclamação em relação aos atendimentos prestados pelo Programa Aborto Legal desde a sua inauguração, em outubro de 2022", segue a nota.

A coluna revelou outro caso, em janeiro deste ano, de uma mulher que também passou por suposta situação de violência obstétrica na mesma unidade de saúde após realizar procedimento de aborto legal.

O aborto no Brasil é permitido em casos de estupro da mulher, de risco de vida para a mãe e em situação de bebês anencefálicos, que não têm nenhuma chance de sobreviver depois do parto.


MODERNISMO

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prestigiou a estreia do espetáculo "Tarsila, a Brasileira", no Teatro Santander, na noite de quarta (24), em São Paulo. A autora e o diretor da peça, José Possi Neto e Anna Toledo, estiveram lá. A diretora Luciana Ramanzini e a mulher, a atriz Vera Zimmermann, compareceram.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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