Correspondente da Folha na Ásia
Crise une países muçulmanos e 'arrasta Biden para o redemoinho'
Arábia Saudita e Irã participam juntos de reunião e pressionam; plano americano de priorizar China é frustrado, diz Blooomberg
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Manchete do canal saudita Al Arabyia ao iraniano PressTV, "Países muçulmanos condenam agressão bárbara a palestinos", em reunião de emergência da Organização para a Cooperação Islâmica, com chanceleres de Indonésia, Turquia, Tunísia, Paquistão, Egito, Qatar etc.
O encontro presidido pela Arábia Saudita afirmou no comunicado final, segundo a cobertura, que "Jerusalem Al-Quds e a mesquita de Al-Aqsa são linhas vermelhas para os países muçulmanos". Cobrou que o "Conselho de Segurança da ONU precisa agir" e ameaçou forçar votação na Assembleia Geral.
Saiu então a reunião do Conselho da ONU, que chegou a ser manchete do New York Times, mas por fim "não adotou qualquer ação".
Encerrado o Conselho, a China, que preside o órgão, afirmou em entrevista coletiva ao lado de Tunísia e Noruega, também membros, que continuará buscando uma resolução. "Nós esperamos sinceramente que todos os membros se unam aos nossos esforços", afirmou o representante chinês, segundo a agência Xinhua.
Referia-se aos EUA. Na descrição da Bloomberg, "Crise Israel-Gaza arrasta Joe Biden para um redemoinho que ele buscou evitar", para o "vórtice". A ideia era não se deixar "emaranhar no conflito israelense-palestino, para direcionar a política externa para a China", mas "o plano nunca teve mesmo a menor chance".
E agora “os diplomatas americanos foram puxados de volta à briga, gostem ou não”. Pelo Twitter, à noite, o secretário Antony Blinken descrevia os telefonemas que ele ia fazendo aos chanceleres de Paquistão, Egito, Qatar e Arábia Saudita, aos quais falava que “a perda de vidas é profundamente triste”.
DIREITOS HUMANOS
O redemoinho é também interno. Bernie Sanders, que preside a poderosa comissão de orçamento do Senado americano, escreveu no NYT que os "EUA precisam parar de ser apologistas do governo" israelense e acrescentou, via Twitter: "Nós devemos examinar seriamente os US$ 4 bilhões anuais em ajuda militar a Israel. É ilegal a ajuda dos EUA apoiar violação de direitos humanos".
A congressista democrata Alexandria Ocasio-Cortez escreveu que "isso [mísseis contra Gaza] está acontecendo com o apoio dos EUA, que vetaram o pedido de cessar-fogo da ONU. Como o governo Biden pode reivindicar com credibilidade que defende direitos humanos?". E acrescentou: "Estados de apartheid não são democracias".
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