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Correspondente da Folha na Ásia

Descrição de chapéu toda mídia

Até na Rússia se faz piada com viagem de Bolsonaro

Coincidência com suposta data de invasão da Ucrânia é usada para questionar os 'alertas de guerra' dos Estados Unidos

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A manchete nos jornais alemães e russos, como Süddeutsche Zeitung e Kommersant, é o encontro do chanceler Olaf Scholz com o presidente Vladimir Putin. O primeiro descreveu a retirada de tropas russas como "bom sinal". O segundo cobrou que a Alemanha convença a Ucrânia a cumprir os acordos de Minsk, o que evitaria a separação das regiões de maioria russa do país.

Americanos como a agência Associated Press e o jornal The New York Times dão alguma atenção também à viagem de Jair Bolsonaro a Moscou, mais um sinal de que a "Rússia está cortejando a América Latina", novamente em "disputa" com os EUA pela região.

A AP ouve do ex-chanceler de Lula Celso Amorim: "Não quero defender a política externa de Bolsonaro, que é lamentável. Mas receber um convite de um parceiro importante e cancelar daria uma leitura ruim".

E o NYT ouve do ex-chanceler de Bolsonaro Ernesto Araújo: "Acho que [a viagem] está errada de várias maneiras. Noutras circunstâncias, tudo bem. Mas com a crise iminente, não é".

Na Rússia, além do noticiário, a viagem entrou nas piadas em torno do dia marcado pelos EUA para a suposta invasão da Ucrânia. De Elena Chernenko, do Kommersant, tuitando em russo e inglês: "Agora sabemos o plano de Putin para 16 de fevereiro: ele vai se encontrar com o brasileiro Jair Bolsonaro no Kremlin".

A data da invasão foi ironizada pelo principal comediante de TV da Rússia, Ivan Urgant. E segundo o jornal Komsomolskaia Pravda o próprio "Putin é bem-humorado ao falar das reportagens que adiantam até o dia". Ele teria perguntado: "Foi publicada em algum lugar a hora exata em que vai começar a guerra?".

A Bloomberg avisa que "o Kremlin poderá gozar mostrando que [os alertas de guerra dos EUA] são uma piada" e não se confirmam.

'WOLFSANGEL'

Das redes NBC/MSNBC (acima) e ABC à primeira página dos jornais The Times e Telegraph, com imagens da Associated Press, a mídia nos EUA e no Reino Unido deu ampla atenção à "photo-op" organizada pelo batalhão Azov, marcadamente neonazista, com destaque para uma "bisavó ucraniana" posando com uma AK-47.

Ela é orientada por soldados do Azov, que usa um dos símbolos da SS e do partido nazista no braço.

EMERGÊNCIA NO CANADÁ

Na cobertura americana, a Rússia divide atenção com o Canadá, que segundo o NYT enfrenta "caos" com os protestos de caminhoneiros na fronteira dos EUA, afetando fábricas.

Dias depois de ser pressionado pelo governo Joe Biden a usar seus "poderes federais" para acabar com os bloqueios, o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau cedeu e declarou seus "poderes federais de emergência", para espanto da imprensa do país.

Em editorial, o Toronto Star, de centro-esquerda, questionou o motivo para a mudança "súbita" de posição do governo e destacou ser "um reconhecimento chocante de fracasso".

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