Correspondente da Folha na Ásia
A um mês das eleições nos EUA, 'Ocidente' perde na Opep e na ONU
Biden vê Arábia Saudita e Emirados subirem petróleo às vésperas de votação para o Congresso e apela à Venezuela
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"Estados Unidos, Reino Unido e outros países", no despacho original da Reuters, apresentaram resolução contra a China na ONU —e perderam. Proposta por "países ocidentais", no dizer do New York Times, "fracassou por 19 a 17, com 11 se abstendo".
Latino-americanos, africanos e asiáticos votaram contra ou se abstiveram, em sua maioria, do Brasil à Venezuela, da Índia aos Emirados Árabes Unidos.
Foi um dia após derrota até maior para Joe Biden, com a decisão da Opep+ de cortar a produção de petróleo e subir preços. Como explicitou a S&P Global, falando à CNBC, "isso é visto como um golpe contra Biden, como interferência política nas eleições dos EUA".
A CNN reportou a Casa Branca "em pânico". Na declaração da porta-voz de Biden, "está claro que a Opep+ está tomando o partido da Rússia".
Biden até ameaçou reataliar, mas a prioridade é evitar saltos imediatos nos preços, daí o aviso de que deve liberar mais petróleo da reserva estratégica dos EUA e a encomenda de estudo para proibir a exportação de petróleo americano.
A manchete digital do NYT viu afronta, "Em ruptura com o Ocidente, Opep e Rússia cortam produção de petróleo".
O confronto se estendeu a Reuters e CNBC, em bate-boca com o ministro de energia da Arábia Saudita, líder da Opep. Como destacado pelo chinês Guancha e pela russa RT, o ministro se recusou a responder e criticou tanto a agência como o canal, durante coletiva.
Horas depois, já com o preço do petróleo em alta, o Wall Street Journal (imagem no alto) noticiava que "Biden está se preparando para reduzir as sanções ao regime autoritário da Venezuela para permitir que a Chevron retome extração".
Anota que "a informação surge no momento em que os países da Opep+ acertaram reduzir a produção, irritando o governo Biden".
ALEMANHA VS. EUA
Em meio à derrocada da indústria alemã, sem o barato gás russo, Berlim criticou Washington pelos preços "lunares" ou "astronômicos" do gás americano. Foi em entrevista do ministro da economia ao Neue Osnabrücker Zeitung, ecoando por outros alemães como Die Welt e americanos como CNBC.
"Alguns países, incluindo os amigos, às vezes atingem preços lunares e isso traz problemas sobre os quais temos que conversar", disse Robert Habeck, cobrando "solidariedade", especificamente, dos EUA. Ele propôs à União Europeia "agrupar seu poder de mercado e orquestrar um comportamento de compra sincronizado".
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