Correspondente da Folha na Ásia
The Twitter Files expõe como foi a 'filtragem' política na rede
Série de reportagens detalha a supressão de notícias e perfis pela plataforma e é questionada por outros jornalistas
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Há pouco mais de uma semana, quando o New York Times se juntou a jornais europeus para pedir em carta a retirada das acusações americanas contra Julian Assange, chamou a atenção ter sido decisão do publisher A.G. Sulzberger "sem o envolvimento da Redação".
Redação que divulgou ela própria que os seus editores não participaram —diferentemente dos europeus. E que publicou a notícia da carta com viés crítico a Assange, salientando ações posteriores contra o Partido Democrata, na campanha de 2016.
‘NARRATIVAS DE DIREITA’
Nesta semana, com as duas primeiras reportagens da série apelidada de The Twitter Files, por Matt Taibbi e Bari Weiss, com suporte de Elon Musk, também foram jornalistas que reagiram negativamente às revelações de favorecimento ao Partido Democrata.
Taibbi, ex-revista Rolling Stone, e Weiss, ex-NYT, são jornalistas que trocaram as Redações onde se sentiam pouco à vontade, ele mais à esquerda, ela mais à direita, e estabeleceram newsletters de grande repercussão no Substack.
Taibbi foi o primeiro a publicar na série e ser atacado, por um apresentador da pró-democrata MSNBC, que disse: "Imagine se voluntariar para fazer trabalho de relações públicas para o homem mais rico do mundo, a serviço de narrativas de direita, e fingir que está questionando o poder".
Pouco se falou nos Estados Unidos do conteúdo dessa primeira reportagem —que detalhou como os então executivos da plataforma decidiram suprimir as revelações do New York Post sobre o laptop de Hunter, filho de Joe Biden, dias antes da eleição de 2020.
A repercussão quase única foi de ataque a Taibbi, que tentou até ironizar: "Ansioso para ler todos os tuítes reclamando sobre ‘RP para o homem mais rico do mundo’ e ver quantos deles publicaram matérias para fontes anônimas do FBI, CIA, Pentágono, Casa Branca".
A segunda reportagem, por Weiss, detalhou a prática de "filtragem de visibilidade" pelo Twitter, suprimindo o alcance de contas sem avisar, e a existência até de "blacklists", listas abrangendo perfis sobretudo de direita como Libs of TikTok.
Novamente, a repercussão se concentrou em Weiss, não no que ela havia noticiado, com a novidade da pressão generalizada, online, por sua investigação pela agência reguladora FTC pelo suposto crime de acessar informações de usuários do Twitter.
Os esforços contra a série não vieram apenas dos colegas de Weiss e Taibbi. Como ela descobriu e ele divulgou, os dados a que os dois vinham tendo acesso estavam sendo "filtrados" pelo advogado do próprio Twitter, Jim Baker, "ex-advogado-geral do FBI".
"A descoberta de que Baker estava revisando The Twitter Files surpreendeu a todos, para dizer o mínimo", escreveu Taibbi. "Elon Musk agiu rapidamente para a ‘saída’ de Baker." E Weiss avisou que o terceiro capítulo dos "arquivos" está a caminho.
PS 23h - Saiu o terceiro fio, "A remoção de Donald Trump":
BEZOS VENDE
Outro bilionário americano de tecnologia, Jeff Bezos, da Amazon, enfrenta problemas com o Washington Post, que adquiriu em 2013 e do qual estaria se desinteressando —depois da saída do editor Martin Baron, questionado pela Redação.
O Wall Street Journal noticia que Bezos "autorizou" a venda do software de publicação Arc, uma de suas contribuições ao WaPo. O jornal perdeu meio milhão de assinantes neste ano, segundo o WSJ.
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