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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

Boletim de ocorrência registra infração de medida sanitária de deputados que invadiram hospital do Anhembi

Código Penal prevê de um mês a um ano de detenção a quem infringir determinação contra disseminação de doenças

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Boletim de ocorrência feito nesta quinta-feira (4) pela Polícia Civil e obtido pelo Painel registrou a invasão do hospital de campanha do Anhembi por deputados estaduais de São Paulo como infração de medida sanitária preventiva, artigo 268 do Código Penal.

A infração prevê detenção de um mês a um ano e multa. O artigo 268 trata da infração de determinação do poder público destinada a impedir propagação de doença contagiosa.

Segundo o boletim de ocorrência (veja trecho do documento abaixo), os deputados Adriana Borgo (Pros), Marcio Nakashima (PDT), Leticia Aguiar (PSL), Coronel Telhada (PP) e Sargento Neri (Avante), por volta das 14h, "compareceram ao local visando fiscalizar os trabalhos realizados".

O boletim, feito a partir de depoimento de João Guilherme Moura, gerente administrativo do Iabas (empresa que administra o hospital de campanha), diz que os deputados foram impedidos de entrar, já que não usavam equipamentos exigidos. No entanto, segue, "mesmo assim acabaram desobedecendo a ordem e filmaram o local, inclusive os pacientes hospitalizados".

Em vídeos que gravaram dentro do hospital após invadi-lo, os deputados criticaram o governador João Doria (PSDB) e afirmaram que o governo paulista mente sobre o número de casos e mortes no estado.

Em vídeos divulgados em suas redes sociais, Nakashima afirma que encontrou leitos vazios, alguns sem respiradores e criticou as medidas de isolamento social impostas no estado. Também em vídeo divulgado na internet, Adriana Borgo disse que "não tem doente porcaria nenhuma" no hospital de campanha.

Assim como os demais parlamentares, ela criticou as medidas de distanciamento social, recomendadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como principal forma de conter a pandemia enquanto não há remédios ou vacina para a Covid-19. ​

Os vídeos divulgados pelos parlamentares mostram funcionários do hospital pedindo para os deputados e assessores usarem, pelo menos, equipamentos de proteção individual para entrarem nos locais com alto risco de contaminação. "Isso é frescura. A gente não tem medo disso", reclamou Borgo.

Em nota, a Prefeitura afirmou que "os deputados e assessores invadiram o HMCamp do Anhembi de maneira desrespeitosa, agredindo pacientes e funcionários verbal e moralmente, colocando em risco a própria saúde porque inicialmente não estavam usando EPIs e a própria vida dos cidadãos que estão internados e em tratamento na unidade."

Boletim de ocorrência de invasão do hospital do Anhembi - Reprodução

Com Mariana Carneiro e Guilherme Seto

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