Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant
Polícia Federal não encontra registro de inquérito aberto sobre compra de Covaxin
Deputado diz que presidente teria afirmado que mandaria denúncias para PF
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A Polícia Federal não encontrou registro de nenhum inquérito aberto sobre compra da vacina Covaxin.
O deputado Luís Miranda (DEM-DF) afirmou ter alertado Jair Bolsonaro sobre indícios de irregularidade na negociação feita pelo Ministério da Saúde.
Segundo o parlamentar, o presidente teria prometido acionar a PF para investigar o caso (veja as mensagens).
As suspeitas envolvendo a compra da vacina indiana atingiram o Palácio do Planalto, com o relato de Miranda, e viraram uma nova linha de investigação na CPI da Covid.
A Polícia Federal buscou internamente, mas não encontrou nenhum inquérito aberto sobre o assunto.
A existência de denúncias de irregularidades foi revelada pela Folha na sexta-feira passada (18), com a divulgação do depoimento sigiloso de Luís Ricardo Miranda, chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde, e irmão do deputado.
Ele disse ao Ministério Público Federal em Brasília que recebeu uma "pressão atípica" para agilizar a liberação da Covaxin, desenvolvida pelo laboratório Bharat Biotech.
No início, a apuração ocorria no curso de um inquérito civil público aberto pela Procuradoria da República no Distrito Federal.
Depois, o caso foi desmembrado, diante dos indícios de crimes na contratação.
O fato de o governo de Jair Bolsonaro ter reservado R$ 1,61 bilhão para uma vacina sem perspectiva de entrega, com quebras de cláusulas contratuais, já se configura um prejuízo à saúde pública, disse à Folha a procuradora da República Luciana Loureiro, responsável pelo inquérito civil.
O Planalto, por sua vez, reagiu no fim da tarde desta quarta (23) escalando um dos investigados pela CPI para explicar o caso Covaxin —Elcio Franco, assessor especial da Casa Civil e ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde—, mas sem conseguir rebater o eixo das suspeitas.
O presidente Bolsonaro ainda pediu para que a Polícia Federal investigue o servidor do Ministério da Saúde Luís Ricardo Miranda e o irmão dele, o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), autores das acusações que o envolvem.
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