Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant
Sofia Manzano e candidatos a deputado acionam TSE contra Bolsonaro por trocadilho sobre KKK
Representação diz que material de divulgação da carreata do presidente Jair Bolsonaro em Natal (RN) propagou 'racismo recreativo'
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A presidenciável Sofia Manzano (PCB) e os candidatos a deputado federal José Américo e Orlando Silva, da federação Brasil Esperança (PT, PC do B e PV), entraram com uma representação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) por causa do material de divulgação que faz trocadilho com o movimento supremacista americano Ku Klux Klan.
Também são alvo da representação o deputado federal General Girão (PL-RN) e a empresa Marketing Digital para Vencer. Na sexta-feira (16), o Painel mostrou que o material de divulgação da carreata da qual participou Bolsonaro em Natal (RN) na última quarta-feira (14) tinha a frase "Cuscuz Clan em Natal com Bolsonaro e Michelle Bolsonaro".
A assessoria de Girão, que organizou o evento em Natal, justificou que o trocadilho não passa de uma "brincadeira" com as "besteiras" ditas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista comparou os atos bolsonaristas de 7 de Setembro a uma reunião da KKK em um comício na semana passada.
A representação foi protocolada pelos advogados Silvio Luiz de Almeida, Renato Ribeiro de Almeida, Kaleo Dornaika Guaraty e José Eugênio da Silva Mendes. Eles argumentam que o material de divulgação é "propaganda ilícita e discurso de ódio" que aludem ao grupo supremacista branco.
À Folha, o advogado Renato Ribeiro de Almeida afirma que não se pode tolerar "posturas jocosas com o racismo".
"Piada tem limite. O trocadilho com a KKK, fazendo referência à pronúncia do ex-presidente Lula, não pode ser tolerada. A KKK vitimizou pessoas e é símbolo da chamada supremacia branca, o que é inaceitável", afirmou. "A postura da empresa de marketing político e, especialmente, do presidente Bolsonaro e do deputado Girão fazendo coro a esse tipo de racismo recreativo, gratuito, precisa ser combatido com imensa força e vigor por toda a sociedade."
Silvio Almeida também fez críticas ao episódio. "É inaceitável que o homem que exerce o cargo de Presidente da República participe de um evento que faça alusão, mesmo que de forma jocosa, a um grupo de assassinos, terroristas e racistas", afirmou. "Trata-se de ato de campanha que faz uso do ódio e do escárnio, o que é ilegal sob todos os aspectos. É um nível de indecência poucas vezes visto".
A representação diz ainda que houve "ilícito de divulgação de propaganda falsa e que difama a pessoa", não tolerado pelo Código Eleitoral e passível de multa.
O documento requer que Instagram, Facebook e Twitter removam as publicações e que Bolsonaro e General Girão sejam proibidos de veicular outras publicações que contenham o mesmo teor. Além disso, pede que sejam condenados e multados por propaganda irregular.
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