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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

Grupo de Boulos vence disputa no PSOL, e partido apoiará governo Lula

Entendimento do deputado eleito é o de que o partido deve disputar internamente os espaços para puxar a agenda do país para a esquerda

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São Paulo

O grupo liderado pelo deputado federal eleito Guilherme Boulos (SP) saiu vencedor em duas votações no Diretório Nacional do PSOL neste sábado (17) e, por isso, o partido apoiará o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e participará de sua base de sustentação no Congresso

"Uma decisão política madura e acertada do partido. Havia aqueles que defendiam uma posição de independência, no sentido de não compor a base, e venceu a posição de compor a base do governo Lula para poder contribuir na derrota do bolsonarismo e na reconstrução do Brasil", diz Boulos ao Painel.

O grupo liderado por Sâmia Bomfim (SP) defendia que a sigla permanecesse independente em relação ao governo federal. Em uma primeira votação, esse grupo retirou a proposta que havia apresentado e votou na do grupo de Boulos. Um dos pontos que os apoiadores da deputada federal defendiam era o de que o governo não tivesse cargos na gestão petista, que acabou sendo aprovado como parte da resolução escolhida.

Guilherme Boulos, deputado federal eleito pelo PSOL, durante debate presidencial na TV Bandeirantes - Mathilde Missioneiro-16.out.2022/Folhapress

Na segunda votação, o grupo de Sâmia foi voto vencido ao defender que a bancada psolista não compusesse a base lulista no Congresso.

"Discordo da tese de que saí derrotada. Estou, na verdade, bem satisfeita de que saiu a resolução explícita sobre não ter cargos, ter afastamento e não falar em nome do PSOL se alguém tiver cargo. Porque isso é o fundamental para a independência", afirma Sâmia à coluna.

O PSOL decidiu que, no Congresso, apoiará o presidente eleito, "observando as orientações políticas a seguir, quando mantidas as condições políticas para essa composição".

A resolução destaca que a bancada do partido "preservará sua liberdade de crítica e de iniciativa em relação a todas as medidas que considerar contrárias ao seu programa ou que não contribuam para a superação das atitudes autoritárias e antidemocráticas da extrema direita no país".

Sobre cargos, o texto aprovado diz que o partido "não terá cargos na gestão que se inicia" e que, "enquanto o centrão negocia cargos, o PSOL irá privilegiar a negociação de propostas".

Se aceitarem postos, os filiados não poderão falar em nome da sigla e terão de deixar funções de direção na legenda, continua o documento.

"A eventual presença nesses espaços não representa participação do PSOL", diz a resolução aprovada.

O exemplo citado é o da deputada federal eleita Sônia Guajajara (PSOL-SP), indicada pela Apib (Articulação dos Povos Indígenas) para comandar o Ministério dos Povos Originários.

O argumento da ala de Boulos e Juliano Medeiros, presidente do PSOL, é o de que é possível que a legenda mantenha a autonomia mesmo integrando a base partidária do governo, disputando internamente os espaços para puxar a agenda do país para a esquerda.

Em entrevista à coluna Mônica Bergamo no começo de dezembro, Sâmia dizia que seu entendimento era o de que o partido deveria permanecer fora do governo para poder vocalizar pautas que não têm espaço com outras legendas com as quais o PT se aliou para conseguir vencer Jair Bolsonaro (PL).

A posição também tinha apoio dos deputados federais Glauber Braga (RJ) e Fernanda Melchionna (RS).

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